domingo, 31 de maio de 2009

Como Gadareno já vivi!

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Em Lucas 8, vemos o relato do encontro de Jesus com o Gadareno – na ocasião o autor diz que este se encontrava possesso por muitos demônios – e que após o encontro com Jesus, é liberto. O interessante, é que é relatado que este homem, após ser liberto, e estar em sã consciência conversando com Jesus, ele pede para segui-lO, porém, Jesus o manda de volta para casa.

Em muitos encontros, Jesus convida as pessoas a segui-lO, porém, neste Jesus pede para este homem voltar para casa. Este homem, que viveu dias e dias nos sepulcros, junto aos mortos, em correntes, em plena insanidade, em descontrole total, numa incontrolabilidade que o fazia uma habitação de demônios.

Estes demônios tinham vontades, tinham desejos, tinham impulsos que levavam este homem a não ter o controle de sua própria vida, o colocando fora da cidade, habitando fora do conforto do lar, da segurança da família, distante dos entes queridos. Sim, este homem – que era habitado por espíritos malignos – fora tirado dos seus, e conseqüentemente perdeu o direito de controlar a sua própria vida, vivendo como marionete nas mãos dos espíritos. Um ser fragmentado, dicotomizado, vivendo multiplicidade de vontades, cada um querendo fazer o que quer, ir para um lado, um Legião de entidades que o levavam à loucura, numa vida totalmente insana.

Este texto me levou a refletir e entender que em muitas vezes – e em muitas ocasiões – nós também nos tornamos um ser fragmentado. Sim, um único ser, onde nossa interioridade é invadida por múltiplas vontades, múltiplos desejos, múltiplas personalidades; personalidades estas que nos fazem transparecer uma forma de ser que se adapte ao ambiente a qual nos encontramos. Como um camaleão que se adapta e se camufla de acordo com o ambiente.

Somos seres fragmentados, onde dependendo de onde estivermos, demonstramos uma cara. Múltiplas faces. Com os amigos somos um; com a família somos outro; na igreja somos já um outra coisa; na roda de bar representamos uma outra personalidade; na roda com os amigos da noite representamos uma outra cara. Sim, demonstramos um ser diferente de acordo com a ocasião, e com o ambiente.

Somos habitados por vontades e multiplicidades de personalidades – personas segundo CG. Jung – e somos entregues a uma vida de insanidades as quais nos distanciam de quem verdadeiramente nós somos. Perdemos nossa própria identidade. Perdemos a essência de quem somos. E nos entregamos a uma esquizofrenia comportamental que nos adoece a alma.

Esta é a realidade de muitos de nós, e por esta via andaram e andam muitas pessoas. Tenho tido experiências de ver, ouvir, e participar do relato de pessoas que atestam e dão a veracidade a esta verdade que ora digo.

E me questiono: Até quando viveremos esta vida dicotomizada, partida, dividida, dualizada?

Esperaremos perder tudo e a todos para perceber que precisamos de ajuda? Será necessário a vida cair no descontrole total para ver que enquanto eu tentar ter o controle da minha vida, enquanto eu pensar que sei os limites, e que sou capaz de sair e mudar quando eu quero, e cair no engano de que sei o caminho de volta, eu irei me afundar cada dia mais, e me tornarei habitação de seres, de vontades, de demônios que caracterizam esta multiplicidade de personalidades!?

Se faz necessário um encontro com Ele. Sim! Um encontro onde tudo se torna Uno novamente. Um encontro onde sou devolvido pra mim mesmo. Um encontro onde sou devolvido para a vida, para os meus, para o mundo, para a felicidade. Um encontro com Deus.

O Gadareno só encontrou descanso para sua vida, e voltou à sanidade, quando encontrou Aquele em quem tudo subsiste, e tudo se torna Uno. Sim, quando ele encontrou com Jesus, ele encontrou a liberdade de se tornar livre, para si mesmo.

E quando ele pediu para ir com Jesus, a resposta foi esta: “Volta para sua casa, e anuncia tudo o que Deus te fez!”

Sim! Quando nos encontramos com Jesus, somos devolvidos à sanidade, Ele nos devolve para nós mesmos. Nos devolve o direito de viver para nós e para os nossos. Temos a oportunidade de ser o marido que nunca fomos; de ser o pai que nunca fomos; de ser o irmão que nunca fomos; de ser o filho que nunca somos; de ser a pessoa uma e única, sem fragmentos, sem dualidades, apenas ser em “si-mesmo”, Nele.

Sim, quando nos encontramos com Jesus, nos encontramos conosco mesmo, e Nele somos convidados a voltar para nós mesmos, para podermos ser devolvidos ao mundo.

Gadareno já fui. Gadareno já vivi. Gadareno me fragmentei. Gadareno me vi. Como Gadareno andei. Como o Gadareno me encontrei com Jesus. Como o Gadareno me libertei. Como Gadareno fui devolvido de volta para mim mesmo!

Nele, que nos traz de volta para nós mesmos!

Juliano Marcel
Bragança Paulista-SP
31 de maio de 2009.
juliano.marcel@ymail.com
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E os do Caminho...

... têm que ser apenas gente andante, seguindo a Jesus com outros, cada um com seu nível de compreensão e percepção, porém todos desejosos de aprenderem a Cristo, conforme Jesus no ensinou ser o caminho de gente que busca se tornar semelhante a Ele.

Este é o convite aos do Caminho: tornarem-se semelhantes a Jesus no curso da jornada da fé; dia a dia sendo transformados de glória em glória; até que se vá chegando à estatura do Novo Homem, o qual se renova segundo Deus mediante a pratica do amor e da verdade.

Assim que é! Vem & vê!

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