terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Deus é por nós! Você ainda duvida disso?

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Romanos 8

31 A que conclusão, pois, chegamos diante
desses fatos? Se Deus é por nós, quem
será contra nós?
32 Aquele que não poupou seu próprio
Filho, mas o entregou por todos nós,
como não nos concederá juntamente
com Ele, gratuitamente, todas as demais
coisas?
33 Quem poderá trazer alguma acusação
sobre os escolhidos de Deus? É Deus
quem os justifica!
34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus
que morreu; e mais, Ele ressuscitou dentre
os mortos e está à direita de Deus, e
também intercede a nosso favor.
35 Quem nos separará do amor de
Cristo? Será a tribulação, ou ansiedade,
ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou
perigo, ou espada?
36 Como está escrito: “Por amor de ti
somos entregues à morte todos os dias;
fomos considerados como ovelhas para
o matadouro”.
37 Contudo, em todas as coisas somos
mais que vencedores, por meio daquele
que nos amou.
38 Portanto, estou seguro de que nem
morte nem vida, nem anjos nem demônios,
nem o presente nem o futuro, nem
quaisquer poderes,
39 nem altura nem profundidade, nem
qualquer outra criatura poderá nos afastar
do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor.

Após este texto, o que se tem a dizer? Nada!

Não há nada a dizer. Somente teólogo e gente que não tem o que fazer, e fica enchendo lingüiça, é que fica preocupado com tolices neo-pentecostais tais como quebra-de-maldição, maldição-hereditária, culto de libertação, cura interior, regressão para se libertar dos problemas e acusações do passado. Somente crente é que tem saco pra acreditar nestas baboseiras.

Sim, pois, ou o que Paulo nos disse é verdade pra nós a nosso favor, como uma certeza de libertação e vida em Cristo, ou, é tudo mentira!

Estamos sendo enganados explicitamente, e estamos cegos para aquilo que está escrito como um “bem” a nosso favor.

Ao analisarmos este texto, Paulo inicia dizendo que “...A que conclusão, pois, chegamos diante
desses fatos?
”, o que nos induz a questionar quais fatos são estes? O qual nos faz re-ler todos os capítulos antecedentes, pois está tudo vindo numa crescente de informações e certezas em Cristo, que culmina nesta afirmação em sua conclusão única: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” , para nós bastava isso!

Se crêssemos nesta afirmação de verdade, não veríamos muita gente neurótica na “igreja”, necessitando de curas de libertação, pessoas que precisam retornar sistematicamente para cultos de quebra de maldições, afinal, ou Deus É POR NÓS, ou Ele É CONTRA NÓS.

Porém, a afirmação categórica de Paulo é a nosso favor: Deus “é por nós”! Deus está do nosso lado; Deus está jogando no nosso time; Deus é nosso parceiro; Deus é aquele que nos liberta, que nos guarda, e não há nada e ninguém que possa fazer ou dizer, ou tentar algo que seja o contrário, porque DEUS É POR NÓS!

E se Ele é por nós, nada pode ser contra nós; ou, nada pode vir a ser contra nós; ou ainda, nada nem ninguém pode se interpor entre esta afirmação, porque Ele “é” por mim e por você.

E se Ele é por mim, eu descanso, porque sei que maior é o que está comigo, do que o que está no mundo.

O interessante, é que vejo milhares de crentes na “igreja”, afirmar este texto como verdade, embora não compreenda a profundidade desta realidade na vida de quem verdadeiramente discerne o que nela se faz em nosso favor.

Por que estamos tão acostumados a afirmar e verbalizar passagens bíblicas, que se quer, discernimos aquilo que estamos dizendo.

Se assim o fosse, não veríamos milhares de pessoas em filas de libertação; indo atrás de profetinhas que revelam CPF e RG; de mulheres que não tem casa pra cuidar e ficam dando plantão de casa em casa revelando coisas óbvias da vida de pessoas neuróticas consigo mesmas.

Sim. Se crêssemos nesta verdade, viveríamos a vida para qual Deus nos chamou a viver Nele – uma vida de paz e descanso – vivendo no mundo, porém, sendo libertos do mal.

Assim sendo, se Deus é por você, quem será contra você???

Já pensou nesta verdade que inclui sua vida nesta afirmação!?

Se pensou, e crê assim, pare com esta besteira de achar que ainda precisa de uma vida neurótica de ir em cultos de libertação, cultos de renúncia, de libertação, de quebra de maldição, porque tudo isto já foi quebrado, e liberto na Cruz do Calvário, onde Cristo Jesus triunfou sobre eles, e os expôs ao desprezo!

Ou na cruz se consumou tudo a meu favor em Cristo, ou ela não valeu de nada!

Viva a vida com esta certeza: Se Deus é por nós, quem será contra nós!!!!!!!!!!!!!!

Na graça Dele, em quem tenho a certeza de que Ele é por mim!

Pense nisso!

Juliano Marcel
24/02/09
Bragança Paulista – SP
juliano.marcel@ymail.com
http://www.julianomarcel.blogspot.com/
http://www.bloggracaevida.blogspot.com/

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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Falando em desconfortos...

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"Um leproso-pecador é sempre um desconforto repugnante entre os sãos-santos, por isto usavam um sino no pescoço para avisar que estavam chegando. Claro, por esta razão viviam em comunidades onde todos tinham algum tipo de lepra-pecado, pois, ali se sentiam incluídos e respeitados"


O mundo religioso é insuportável, mas, é o mundo dos sãos-santos . Uma vez ex-comungado dele, só resta a comunidade dos leprosos-pecadores.



Sim, é assim, e a pergunta dos sãos-santos é, "o que ele, o leproso está fazendo aqui?" ou, "o que fazemos com ele, o leproso-pecador, já que está entre nós?" ou ainda quem sabe, "ninguém avisou pra ele, o leproso-pecador, que não devia estar aqui?" e por ai vai. Nossa, quantas perguntas são feitas em episódios assim, isto é, quando um leproso-pecador invade o reino dos sãos-santos das instituições religiosas.



Alguns até tentam agir com solidariedade, bondade, mas, leproso sangra o tempo todo. É inconveniente. É uma denuncia o tempo todo. Um leproso presente escancara a lepra de todos. Ninguém fica impune. Melhor que ele não estivesse aqui. Melhor que não viesse. Melhor que procurasse seus pares leprosos.



O paradoxo é que entre os leprosos-pecadores há alegria, respeito, solidariedade, perdão, cura, dignidade, pois, todos estão sangrando, mas, na comunidade dos sãos - santos há desconforto, tristeza, estranhezas, pois, sangram, mas, não podem mostrar que sangram.



Que bom que o Cordeiro Santo, curvou-se e tocou em leprosos e os curou e os re-integrou e devolveu-lhes dignidade.



Devolver a dignidade aos seres humanos é uma tarefa para toda vida, até porque,, o diabo zomba de Deus quando um ser humano é ridicularizado e excluído.



Pior ainda, é quando assistimos um ser humano andando de quatro no palco de uma instituição religiosa, crendo que esta humilhação é necessária para ser liberto.


É ai, e em muitas outras ocasiões que uma instituição religiosa se põe a serviço do inferno, quando, expõe ao ridículo um ser humano feito à imagem e semelhança do Eterno.
A exposição publica, a execração publica, o constrangimento publico são instrumentos comuns em praticas religiosas.



Que nunca sejamos assim, e que estas nunca sejam nossas praticas, antes, aos que menos honra merecem, que sejam os mais honrados entre nós.



Entre o seguidores de Jesus de Nazaré tem que ser assim. Não importa onde se reúnem. Não importa onde se encontram. Não importa as estruturas e sistemas que tenham sido criados. Não importa os títulos e os nomes denominacionais. Não importa os dias e horas onde se encontram. Importa que, em sendo seguidores de Jesus de Nazaré, o ser humano seja acolhido, inserido, incluído, liberto, curado, salvo de si mesmo e todo tipo de opressão, fardos, jugos.
Que onde se encontrarem os seguidores de Jesus, à imagem e semelhança do Eterno lhes sejam resgatadas.



Que onde se encontrarem os seguidores de Jesus, o nu seja vestido. O desabrigado encontre abrigo. O algemado, seja quais forem as algemas, sejam libertos. Os de almas aflitas sejam acalmados e pacificados. Os de espírito perturbado encontre discernimento e equilíbrio.



Que onde se encontrarem os seguidores de Jesus, hajam relacionamentos qualitativos. Que haja busca de uma espiritualidade sadia, que não explora, não defrauda, não aprisiona, não culpa.



Que onde se encontrarem os seguidores de Jesus, ninguém seja convocado para construir prédios, organizações, sistemas, projetos, ministérios, mas, sejam convocados a se re-construírem como seres humanos e a contribuir com a re-construção de outros seres humanos de modo que, todos se tornem melhores como gente, como pessoas, como homens e mulheres de bem para fazer o bem sempre.



Que onde se encontrarem os seguidores de Jesus, a única aliança a ser feita seja com aquEle que se fez Aliança por nós, Jesus, o Cristo de Deus, em quem todos nós fomos justificados e reconciliados com o Pai Eterno.



É assim que é, porque é assim que tem que ser entre os seguidores de Jesus de Nazaré.



Se você está num lugar assim, não saia dele. Fique ai. Sirva e se reparta alegremente.



Se você não está em um lugar assim, procure um lugar que seja assim.



Se você já é dos que não está em lugar algum, encontre mais um, e comecem algo bom entre vocês, e quem sabe, outros tantos virão para juntos servirem a Jesus e as pessoas.



Graça, paz & todo bem a você e sua casa.



Carlos Bregantim

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Vinha o filho ainda longe

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Leia a parábola do filho pródigo em Lucas 15

A parábola do Filho Pródigo todos conhecemos. Já preguei sobre ela centenas de vezes. Olhei-a sob inúmeros aspectos.


É minha história. É a história da humanidade. É a história de quem foi e nunca deixou de ser. É também a história de quem nunca foi mas nunca chegou a estar. Sobretudo, é a história do amor de Deus e do modo como Ele age como Pai.




Pai para quem foi e nunca deixou de ser. Pai para quem nunca foi mas nunca chegou a estar.
Hoje, no entanto, eu estava quase dormindo quando ouvi essa voz, que dizia: "Vinha ele ainda longe, e seu pai o avistou; e, correndo, o abraçou..."




O Pai não somente deixou ir e aguardou a volta... Ele viu de longe e fez o caminho de volta com o filho.




Entre o olhar do Pai e a volta para casa, existe um “ainda longe”. O Pai foi buscar o filho ainda longe. Longe de ida, longe de volta!




Em casa é que o problema começou: quem nunca foi mas nunca chegou a estar não gostou que aquele que foi e nunca deixou de ser tivesse voltado!




O Pai, todavia, só participa disso porque é Pai, mas não se deixa seqüestrar por nada e por ninguém. Quem não gostar, que não goste. O Pai, no entanto, vai longe buscar seu filho. E há um caminho que o Pai e esse filho precisam fazer só os dois.




Em casa, há muito ciúme, muita competição, muita doença.




Que bom que antes de ver os irmãos magoados, a gente pode ver o rosto do Pai.




Que bom que Ele vai se encontrar com a gente ainda longe de casa, antes que as impressões do ciúme e da inveja tentem estragar o encontro que vale: o encontro do Pai com o seu filho.




Que bom que quando quem nunca foi mas nunca chegou a estar só aparece depois que o filho quebrado havia se entendido com o Pai feliz.




Que bom que há esse “ainda longe”, pois assim tem-se tempo para chegar em casa tão cheio do amor do Pai que não se tem mais tempo e nem coração para ficar doente com o ciúme dos irmãos.




Vinha ele ainda longe... O Pai o avistou, e, correndo, o abraçou e o beijou!




Caio




(Escrito em junho de 2003)

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Morada de demônios

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Jesus falou pouco a respeito da possessão demoníaca explicita. Sim! Ele falou pouco sobre o assunto. Todavia, expulsou a todos os demônios que, como tais, se manifestaram diante Dele. Entretanto, Ele tratou bastante do assunto das possessões sutis, que são as piores, pois, em geral, podem ser mais “culturas espirituais” que demônios que se “manifestem” como tais, muito pelo contrário. Não são, necessariamente o demônio, mas são demoníacos!



Nos textos que seguem Jesus abordou o tema da possessão demoníaca em dois níveis: um existencial e outro generacional.



Primeiro Leia o texto generacional:



Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada.

Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.



Aqui a ênfase recai sobre “esta geração perversa...!”



Agora, Leia o mesmo texto em Lucas e veja a conclusão existencial:



Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa donde sai. E, tento voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro.



Se você me pergunta se creio que há diferença entre as duas coisas, minha resposta é sim e não. Sim, apenas porque se um indivíduo está possesso, isto não significa que todos estão possessos de sua possessão. E também porque como veremos mais adiante neste livro, toda possessão individual é também projeção das possessões coletivas e vice versa.



Em ambos os textos tudo é igual. O espírito imundo sai de um homem. Procura lugar de pouso e não encontra. Então diz: “Voltarei para a minha casa de onde saí.” E o faz trazendo consigo novos inquilinos e, assim, o segundo estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro.
A diferença está apenas no “aplicativo” de Mateus: “Assim também acontecerá a esta geração perversa”.



Desse modo, a única diferença entre uma possessão individual e uma coletiva é que no primeiro caso o homem perde o controle de si e, por vezes, perde sua consciência individual. Já no segundo caso, a consciência dos indivíduos fica suficientemente cônscia de si, mas não discerne o poder de conexão invisível e que, escondido no coletivo, age como um sentir unanime e, em geral, mobiliza a “maioria” com alguma causa de vida ou morte, sendo que o efeito nunca é vida, é sempre morte!



Jesus não faz muitas alusões explicitas àquela geração. No entanto, Ele fala em abundância sobre quem ela era, mas não usa muitas vezes a palavra geração.




Afinal, não precisa estar escrito para estar dito!



Assim é que Jesus compara aquela geração a meninos que sofrem de um mal-humor crônico e contínuo, além de ser indefinido. Era raiva da vida e da liberdade de ser dos outros. E tanto fazia qual fosse a “expressão de ser” do outro em observação. Eles odiavam a quebra dos padrões de “normalidade” conforme o fizeram tanto Jesus quanto João Batista. Ambas, eram, em si mesmas, existências anti-téticas em relação a sua geração, embora, os dois, fossem também diametralmente diferentes em seus comportamentos em relação um ao outro.



A segunda referência significativa àquela geração acontece num sanduíche de fariseus e escribas da Lei tentando provoca-Lo. Ele vinha de expulsar um demônio à vista da mesma assembléia de religiosos. Foi objeto da mais terrível interpretação no seu ato: “Este não expele os demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios”.



À esses, Jesus diz o seguinte:



1. Satanás não cometia burrices daquele tipo. Portanto, sugere que a presença de Satanás não estava na divisão causada por Jesus em seu “reino”, mas, ao contrário, estava estabelecida na monoliticidade do corpo de pensamento daquela geração, agora, sim, dividido pela presença anti-tética de Jesus. Eles eram os demônios atingidos!



2. Se o argumento deles fosse válido, então, antes de julgarem a procedência do poder que emanava de Jesus, eles teriam que explicar a fonte do poder utilizado pelos seus próprios filhos, que também “expulsavam demônios”. Em não o fazendo, estavam reconhecendo o poder de Belzebu como a força operativa também entre eles.



3. Se não podiam “responder” sem se acusar, então, que admitissem que em Jesus o poder manifesto era o do Reino de Deus que estava, em Jesus, no meio deles.



4. Nesse caso, diz Jesus, o que estava acontecendo era um saque divino nos cativeiros de Satanás, pois sua “casa” havia sido invadida por Alguém que lhe era superior, com poder, inclusive, de “amarra-lo e saquear-lhe os bens”.



5. Desse ponto em diante Ele trás a “espada” e divide a assembléia dizendo-lhes que qualquer declaração que saísse de suas bocas com aquele tipo de conteúdo e que não correspondesse a verdade de seus corações—sendo, apenas, portanto, uma utilização “política” do tema espiritual, carregando uma “calúnia” contra Jesus e uma “blasfêmia” contra o Espírito de Deus que Nele agia—seria considerado um pecado sem perdão! Ou seja: se conscientemente eles sabiam que Jesus era enviado de Deus, mas, em razão da des-construção institucional que Jesus trouxera com Sua mera presença entre eles, haviam optado pelo caminho da negação da Graça que em Jesus os visitava; então, pela fria opção pela manutenção do poder que julgavam possuir, eles se colocavam cometendo a pior blasfêmia: negar que a mão de Deus seja a mão soberana em ação, preferindo caluniar o agente da Graça, cometer um blasfêmia contra o Espírito, mas não perderem seu poder temporal que, em Jesus, eles viam ameaçado. Essa era a “possessão” que os possuía.



6. Na seqüência Jesus adverte sobre as “palavras” como sendo o resultado da escolha existencial do homem, do que ele tira ou não de seus baús do coração: se busca seus valores nos cofres da verdade ou nos sombrios e secretos ambientes de sua perversidade interior. E conclui de modo a vaticinar um terrível juízo sobre toda palavra frívola dita pelos homens em relação a Deus e ao próximo.



Ora, é neste ponto da “batalha” que os adversários chegam, cinicamente, com uma “pérola tirada do mau tesouro” de suas almas:



“Mestre, queremos ver de tua parte um sinal”—pediram eles!



Ele, porém, lhes respondeu:



“Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas”.



O que segue é Jesus afirmando que tanto os Ninivitas dos dias de Jonas quanto os Etíopes dos dias de Salomão e da rainha de Sabá, eram seres infinitamente mais abertos à Deus que os arrogantes filhos da Teologia Moral de Causa e Efeito, os mesmos que agora queriam “tenta-Lo”, pedindo-lhe uma demonstração visível de um efeito confirmador da causalidade divina de Jesus. Enfim, outro pedido semelhante ao feito por Satanás no Pináculo do Templo.



Ora, é nessa “viagem” que entra o tema da “geração” que se tornara Casa de Espíritos Maus, conforme o relato de Mateus acerca da “possessão” generacional.



Se você for verificar a mesma passagem do Evangelho em Lucas, você verá que o contexto antecedente é exatamente o mesmo. Em Lucas, todavia, a seqüência do contexto imediato—ou seja: o que vem depois—, fala de maneira ainda mais clara dos “espíritos” que haviam se instalado no inconsciente coletivo daquela geração, formando uma rede de pensamentos e sentimentos contrários à Graça de Deus e sua revelação em Jesus.



As denuncias que Jesus faz àquela geração são as seguintes:



1. Os pagãos sempre haviam sido mais abertos à revelação do que eles. E a própria resposta dos “gentios” que encontraram com Jesus nas narrativas dos evangelhos demonstram isto.



2. Não adiantava que seus adversários dissessem que eles eram o Povo da Luz, pois, esta, quando habita alguém, aparece sempre. Além disso, a “luz” de um ser não vem “de fora”, nem de seus supostos encontros-de-hora-marcada com a luz. A verdadeira Luz nasce nos ambientes interiores e gera uma nova maneira de enxergar a vida. Aqui Ele associa a luz do ser ao modo como a pessoa “interpreta” a vida, a Deus e ao próximo. E mais: Ele diz que a luz do ser vem também dele não negociar com suas sombras, escondendo-as, pois, nesse caso, o que deveria ser a fonte de luz—o interior e seus bons pensamentos e interpretações da vida—, passa a ser o gerador das trevas no interior humano.Agora, no mesmo contexto imediato—ou seja: “Ao falar Jesus estas palavras”—, um fariseu o convidou para ir comer em sua casa; então, Jesus, entrando, tomou lugar à mesa.



O problema é que Jesus entrou, sentou e comeu!



Que problema!



Ele não havia lavado as mãos antes de comer!



O fariseu não agüenta a transgressão cerimonial cometida por Jesus. Afinal, Jesus era o mesmo que eles, coletivamente, haviam acusado de ser instrumento de Satanás.



Agora, preste atenção como toda a conversa que se segue— que começa numa casa, à volta da mesa, com serviço de lavagem cerimonial disponível, com copos, pratos e mobílias –-, se transforma na analogia perfeita da “casa vazia, varrida e ornamentada”, pois, o tema volta nos lábios de Jesus.



“O Senhor, porém, lhes disse: Vós, fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade”.Para mim fica impossível não associar a analogia da “casa vazia, varrida e ornamentada” com “limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade”.



O resto da fala de Jesus continua a denunciar a mesma conexão entre ambas as “imagens” de possessão:



1. Exterior limpo, interior habitado por rapina e perversidade.



2. Quem fez o exterior é o mesmo que fez o interior de todas as coisas. E, para Ele, é o amor solidário aquilo que torna o mundo puro para os puros.



3. As exterioridades do culto à mobília e aos ornamentos exteriores do ser eram o deus deles. Por essa razão eles davam devocionalmente a Deus apenas aquilo que contribuía para a propaganda de como sua “casa estava varrida e ornamentada”, enquanto negligenciavam as verdade do interior, que são aquelas que “enchem a casa” daquilo que é bom. E a prova desse culto à “casa varrida e ornamentada” aparecia até mesmo nas obviedades de seus códigos de valores e importâncias: todos ligados a imagem e às suas pretensas distinções entre os homens.
Naquela assembléia reunida na casa do fariseu não havia apenas religiosos zelosos das exterioridades da Lei, como os fariseus, havia ali também alguns teólogos, ou seja: interpretes da Lei. E, é deles que agora vem a confissão de que as palavras de Jesus os “ofendiam” também. Passaram um recibo autenticado no Cartório da Culpa.



E o que Jesus diz à esses teólogos, os “interpretes da Lei”?



1. “Ai de vós também, interpretes da Lei! porque sobrecarregais os homens com fardos superiores às suas forças, mas vós mesmos, nem com o dedo os tocais”—afirmando que a “mobília” da casa varrida e ornamentada era patrocinada por eles, ao “construírem” uma teologia para estivadores, sem a misericórdia de perceber que aquela tarefa que eles impunham sobre os outros era mais que desumana, e, além disso, dava a eles o poder satânico de, em nome de Deus, oprimirem o próximo com aquilo que eles mesmos não agüentavam bancar nem nos ambientes de seus próprios corações.



2. “Aí de vós! porque edificais os túmulos dos profetas que os vossos pais assassinaram. Assim sois testemunhas e aprovais com cumplicidade as obras dos vossos pais; porque eles mataram e vós lhes edificais os túmulos”—asseverando que a atitude politicamente mais “correta e leve” dos teólogos não escondia da face de Jesus a verdade. Sua “diplomacia” também era perversa. Eles eram apenas mais educados em suas atitudes. Mas no seu interior havia a mesma “rapina e perversidade” de seus colegas fariseus. Desse modo, Jesus denuncia as etiquetas da religião e seus representantes, que matam os portadores da Palavra, mas sempre, após a História se impor sobre os interesses então imediatos—seus filhos, filhos da mesma escola e alunos da mesma teologia—, erguiam agora os túmulos do profetas, fazendo “reformas históricas”, mas que não os colocavam no caminho da obediência à Palavra de Deus falada pelos profetas no dia de Hoje! Assim, eles achavam que construir tumbas em honras dos profetas os diferenciava de seus pais, os assassinos de ontem. A questão, todavia, é que Deus é Deus de vivos e não de mortos. E Sua real expectativa não é que os profetas sejam ou fossem honrados, mas ouvidos!



3. Jesus conclui dizendo que eles não se diferenciavam em nada de seus pais. Afinal, eles estavam tendo a chance histórica de experimentar o verdadeiro arrependimento—ou não era Jesus que eles agora rejeitavam?—, mas nem mesmo isto eles enxergavam, fazendo-se, assim, mais cegos e homicidas que os seus pais.



4. A questão é que aquela não era uma situação “estanque” ou sequer “departamentalizável”. Eles eram parte da mesma geração. Havia uma conexão simbiótica entre eles—fosse no passado, fosse no presente! Portanto, havia uma possessão crescente e cumulativa no processo histórico-religioso. E mais: Aquela geração teria que responder por si mesma e pelo passado, do qual eles faziam um mero replay no presente.



5. O pior para Jesus era que os “interpretes da Lei” diziam possuir a “chave da ciência” interpretativa. Ora, Jesus diz que era baseado nesse auto-engano—ou, quem sabe: engano deliberado!—, que eles nem entravam na Graça e nem deixavam os que a desejavam poderem entrar com as próprias pernas pela Porta. E que pior denuncia pode haver para qualquer tipo de clero?! A separação humana entre Leigos e clérigos, em qualquer que seja o nível ou em qualquer que seja a nomenclatura, é um acinte ao puro e simples Evangelho de Jesus!



O que se segue a isto é a declaração explicita de que tanto os letristas-escribas, quanto os escrachadamente legalistas-fariseus, bem como os educadamente Moralistas-interpretes da Lei, agora o “argüíam com veemência” procurando confundi-Lo com muitos assuntos, “com o intuito de tirar de suas palavras motivos para o acusar”.



Para Jesus toda discussão sobre a Palavra acaba em confrontos satânicos. Por isto, mesmo havendo uma multidão interessada no debate, Ele vira e fala apenas com os Seus discípulos, e lhes diz o seguinte:



1. “Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”—e, assim, Ele lhes diz que os fariseus, à semelhança do fermento, eram os mestres do inchaço da Lei. Eles eram hipócritas, pois, aumentavam o peso das coisas que eles sabiam que homem algum poderia carregar. Seu fermento era apenas a capacidade de “aumentar” as Escrituras sem discernir sequer os conteúdos da Palavra.



2. “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido”—revela agora a certeza de Jesus não só sobre o Juízo Final, mas sobre a impossibilidade dos homens se esconderem para sempre! Portanto, diz Ele aos seus discípulos: “Não sucumbam à religião das aparências. O que é, é!” E mais: ele retoma ao tema da casa na continuidade do mesmo assunto: os bochichos do interior da casa ainda seriam gritados da varanda.



3. O que segue é a advertência de Jesus aos discípulos quanto a não se impressionarem com aquelas Potestades Religiosas e nem Políticas. Elas não deveriam ser temidas. Seu poder de fazer mal não passava do corpo. E mais: até para exercerem tal poder, tinham que ter— à semelhança de Satanás em relação à Jó—, uma permissão divina. Tudo estava sobre controle. O perigo não vinha deles, mas do coração e de suas produções. Quanto ao poder de oprimir que os Senhores do Saber possuíam, Jesus diz que não era para se preocupar. Eles contavam com a perversidade satânica para interpretar a existência. Os discípulos, no entanto, carregavam a promessa de estarem habitados pelo Espírito da Verdade, que lhes ensinaria como não se sujeitarem aos trabalhos forçados daqueles donos de pesadas mobílias e que moravam numa casa vazia, varrida e ornamentada!



A seqüência do texto continua mostrando o significado de ser uma casa vazia, varrida e ornamentada. Isto pode vir da tentação de se aceitar a função de “juiz e repartidor” entre os homens. Ou mesmo poderia ser o produto da superficialidade de uma existência possessa de “avareza”. Ora, esse espírito também trás como sua marca distintiva a percepção de valores apenas no mundo das imagens e das seguranças visíveis, enchendo ceLeiros, mas deixando a casa espiritual vazia de Deus.



Na seqüência, Ele passa a inocular em Seus discípulos alguns anticorpos que pudessem dar a eles a consciência acerca do enganoso vírus do fermento dos religiosos, filhos da Teologia Moral de Causa e Efeito.



Jesus prossegue com a temática das relações de causa e efeito presentes no pensamento de Seus contemporâneos.



É significativo que logo adiante Jesus expulse um demônio numa sinagoga. Ora, ali está o quadro pintado de uma casa vazia, varrida e ornamentada, mas onde o diabo mantinha “filhos de Abraão em cativeiro”.



E qual é a reclamação do gerente da Casa Vazia—a sinagoga? Seu argumento tem a ver com a bagunça que a libertação causou à ordem das coisas na casa bem arrumada, e que fora construída para não ser o lugar da vida, sendo tão somente um showroom de religiosidade. Nesse lugar ninguém quer saber se você está melhor, mas apenas se está tudo em ordem!



À mim vem agora uma pergunta: o que teria instigado os espíritos da casa vazia, varrida e ornamentada a agirem de modo sete vezes pior?



No contexto anterior, em Lucas, Jesus envia setenta discípulos para pregarem o evangelho da Graça, a Palavra do Reino, o Evangelho da Salvação.



Ao retornarem, os discípulos vieram felizes com os resultados: “Até os demônios se nos submetem pelo teu nome”—disseram eles!



Jesus, no entanto, lhes respondeu que Ele mesmo vira Satanás ser atingido em cheio pelo resultado daquela missão, caindo do céu como um relâmpago. E mais: que a alegria dos discípulos deveria sempre ser a alegria de ser e não a de poder, e também jamais deveria se basear no sentimento de prevalência sobre as forças do mal no “outro”—afinal, raramente se encontra um humilde e sadio exorcista ambulante—, mas sim, com o fato de que, pela Graça de Deus, e, em Cristo, seus nomes estavam escritos no Livro da Vida, onde tudo o que de fato Deus chama de ser-história-do-ser está lá registrado para o nosso bem.



O ódio de Satanás vinha do fato que aquela Casa Vazia, Varrida e Ornamentada pelas Leis, pelos cerimonialismos, pelo comportamentalismo exterior, pelas morais homicidas, pelos dias tão santos que neles nem o bem cabia, pelos Concílios da Verdade, pelos aparatos das piedades exteriorizadas, e, sobretudo, pela capacidade de “jeitosamente” desviarem a atenção dos homens dos ambientes do coração para as nulidades das exterioridades da religião e seus infindáveis rudimentos.



Agora, todavia, para horror dos “demônios”, chegara “o mais valente” e com Ele vinha o poder de “amarrar” aquelas forças, a fim de poder encher a casa não com mobília e ornamentos das aparências da piedade exterior, mas com Vida!



Para Jesus, mais vazios que os “vazios” que eram habitados “circunstancialmente” por demônios, eram os que propositalmente “construíam” casas religiosas que nada mais eram que lugar de morada de demônios, tornando a casa cada vez mais mal assombrada! De fato, o que eles chamavam de “mobília ornamental”, Jesus chamava de “rapina e perversidade”.



E aqui voltamos ao nosso tema:



A Teologia Moral de Causa e Efeito é a gestora satânica da Casa Vazia, Varrida e Ornamentada!
E sabe por quê?



Ora, Jesus estava falando dos mestres e seus melhores exegetas, os interpretes da Lei; dos melhores executivos devocionais que a tradição judaico-cristã já teve, os fariseus; dos mais bem sucedidos políticos da religião, os sacerdotes; e dos depositários mais fiéis da Revelação Escrita, os escribas. Todavia, eles eram sepulcros pintados de branco por fora a fim de esconder a podridão que crescia dentro deles.



Quanto mais Moral é o consciente humano, mais adoecidamente tarado, lascivo e perverso o seu inconsciente será!



Eles tinham a casa, o Templo; e possuíam o poder de fazer sua gestão; o poder era oriundo dos cargos que ocupavam na manutenção do sistema; e esses cargos eram mais elevados à medida que alguém se “avantajava” nas praticas das regulamentações legais, exteriormente, é claro!Todavia, eles só tinham copos, pratos, talheres, lavatórios, mesa, comida e a certeza de belos ornamentos para a decoração. Afinal, o “lixo” dos outros eles cobriam com pedras. E os seus próprios, eles ocultavam no coração.



Faltava-lhes tudo!



Faltava-lhes vida e a real Presença do Deus da Graça em seus corações!Eles haviam sido tragados. Estavam escravizados pelo pecado de sua quase incurável arrogância. E se tornaram tão vazios de amor a Deus e à vida, que nem sentiam que no seu zelo, eles se tornavam freqüentes transgressores da Lei e dos Profetas. Ora, eles estavam vazios em seu próprio ser, pois, esvaziaram de tal modo a sua própria casa-ser, que eram agora capazes de planejar até mesmo a morte de Jesus— depois vieram a consumá-la, como também tinham consentido com a execução do último profeta, João, o Batista!— e isto enquanto faziam vista grossa ao comercio nojento e asqueroso no qual o “mercado religioso” se tornara. E pior: criando uma religião de causa e efeito que permitia ao filho desonrar aos pais desde que a causa-desculpa gerasse o efeito-contribuitivo para os cofres da Religião.



Tudo isto feito pelo poder, pelo lucro e pela auto-exaltação, piedosamente admitidas como expressão do zelo pelas coisas de Deus. Esses seres se tornaram tão mortalmente vazios que Jesus os chama de “sepulturas invisíveis”.



Todavia, em matéria de exterioridades, de mobílias morais e religiosas, eles eram os melhores e mais devotos religiosos que o Ocidente já teve notícia!Jesus, entretanto, viria a chama-los de “filhos do diabo”.



Aquela geração tinha a “mobília”, mas a casa estava vazia de Deus, varrida pela Moral da Lei e ornamentada pelo cerimonialismo sacerdotal. Mas era apenas isto!



Conclusão: os demônios voltaram e foram habitar o inconsciente da maioria, criando assim, uma “consciência” moralmente rígida, e quanto mais rígida se tornava, tanto mais os demônios lhes atordoavam o “interior da casa”.



Estavam literalmente fadados a serem os reis do exemplo, para fora; enquanto, do lado de dentro, viam-se tendo que existir como cativos, sobrevivendo mortalmente entre vôos de aves de rapina e besta perversas, des-cumprindo assim, interiormente, as Leis que impunham “aos outros” do lado de fora, que nada mais eram que as Leis da animalidade predatória, escondidas sob os signos da Moral e da religião. Ora, exatamente conforme os padrões das Leis de causa e efeito da natureza caída!



Caio



Escrito em 2001

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O que é cair da Graça?

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Hebreus 6:

A carta aos Hebreus foi escrita porque judeus-cristãos estavam desistindo da fé na Graça de Deus em Cristo, e retornando aos ritos, práticas, crenças e legalismos do judaísmo.

O esforço do escritor da carta é mostrar que aquele retorno significava “pisar o sangue da aliança” e apostatar da fé em Jesus.

O desenvolvimento do texto faz uma viagem que se propõe a provar duas coisas básicas:

1. Jesus era maior do que tudo o que antes viera; sendo as coisas anteriores apenas “sombra”—ou arquétipos—, dos bens que haveriam de se materializar em Cristo. Tudo o que ficara para trás não deveria ser “retomado” sob pena de que o sacrifício de Jesus tivesse sido me vão.

2. Cair da Graça não era um deslize de comportamento, mas abandonar a certeza em fé de que em Cristo tudo está consumado, e definitivamente feito e realizado em nosso favor.

O conceito é o mesmo apresentado por Paulo, especialmente escrevendo aos Gálatas, quando relaciona a volta às “obras da lei” com o “decair da Graça”.

Além disso, o nome da carta—Aos Hebreus—, já carrega uma mensagem. Não é carta aos Judeus. Nem aos Israelitas. Mas aos Hebreus…

O termo “hebreu” vem da raiz semítica da palavra que determina um estado constante de progressão, fruto da desinstalação, da capacidade de andar para adiante e de cruzar fronteiras.

Um “hebreu” tinha que se manter hebreu pela coragem, em fé, de não desistir; e de prosseguir “atravessando” mares, rios, vaus, fronteiras, e enfrentando os gigantes externos e internos—sempre vendo Aquele que é invisível, e nunca deixando de crer nas coisas que se esperam.

Com essa introdução eu gostaria de propor a leitura do espírito do texto de Hebreus 6.


Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos para o que é perfeito, não lançando de novo a base de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e o ensino sobre batismos e imposição de mãos, e sobre ressurreição de mortos e juízo eterno. Isto faremos, se Deus o permitir. Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa Palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram da graça, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que por si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério. Abandonar a Graça é crucificar Cristo outra vez! Pois a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus; mas se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.


Produzir espinhos e abrolhos é deixar de frutificar na Graça de Deus e buscar a frutificação que vem da justiça própria e da Lei!

O escritor, porém, diz:


Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e que acompanham a salvação, ainda que assim falamos. Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa luta, e do amor que para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda os servis. E desejamos que cada um de vós mostre o mesmo zelo até o fim, para completa certeza da esperança; para que não vos torneis indolentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas. Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha outro maior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente te abençoarei, e grandemente te multiplicarei. E assim, tendo Abraão esperado com paciência, alcançou a promessa. Pois os homens juram por quem é maior do que eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. Assim é que, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos na esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do Véu; aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.


Ora, daqui para frente, sempre que alguém disser para você que um irmão “caiu”, saiba o seguinte:

Cai quem deixa a fé e a consciência da Graça de Deus; não quem em fraqueza busca a misericórdia do Sumo-sacerdote, Jesus, o qual é intercessor em favor de todos; pois, Ele não está vinculado aos sacerdotes da casa de Israel, mas foi feito Sacerdote Universal em favor de todos os homens; visto que seu ofício eterno não provêm de genealogias humanas, mas de algo aos homens superior; pois, Ele é o Amém de Deus à salvação por Ele mesmo alcançada em favor de todo aquele que Nele crê.

Desse modo, saibamos todos:

Cair da Graça é se entregar aos mecanismos de repetição de sacrifícios e barganhas, que, por mais ingênuos que pareçam, significam a não validação do sacrifício eterno de Cristo.

Esta é a “queda da Graça” da qual a Palavra de Deus nos fala com palavras tão veementes!

Nele, em Quem estamos em pé, formes apenas em Sua Graça,



Caio

19/01/2004

Copacabana

RJ

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Jabes, a dor, a esperança e o Deus de toda a Graça

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Leia: I Cr 4: 9-10

Jabes foi mais ilustre do que seus irmãos.

Sua mãe lhe pusera o nome de Jabes, dizendo: Porquanto com dores o dei à luz...

Jabes invocou o Deus de Israel, dizendo: Oxalá que me abençoes, e estendas as minhas fronteiras; que a tua mão seja comigo e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha a aflição.

E Deus concedeu a Jabes o pedido que lhe havia feito. Jabes descende de Judá.

Ele vive num período profundamente inseguro e incerto.

Paz era um bem para ser conquistado freqüentemente com as próprias mãos. Jabes, entretanto, já chegara ao mundo em dores. Sua mãe não tinha as contrações normais de uma parturiente; ou, talvez, a “passagem” não fosse ampla o suficiente para que o menino passasse. O fato é que doeu tanto, que a mãe, ao ver o filho vivo e fora de seu ventre, pega a criança e lhe dá o nome que ela julgou retratar bem o que ambos haviam experimentado.

Dá-lhe um nome que carregava a lembrança constante de que ele nascera de dores, e que as dores quase haviam matado a sua mãe. O fato é que Jabes já nasceu sofrendo e fazendo sua mãe sofrer.

Por isto, pede a Deus que sua vida seja livre do mal e da aflição que dele procede. Além disso, Jabes também pede ao Senhor um crescimento que não lhe custe angustias. E Deus concedeu o que ele pedira, além de afirmar que Jabes se tornara mais sobre-excelente que seus irmãos.

Um homem nascido em dores.

Um homem que sabe que sua vida quase custou a vida de sua própria mãe.

Um homem que carrega um nome memorial acerca do significado de seu nascimento.

Um homem que se destaca dos demais pela serenidade e pela dignidade.

Um homem com uma singela oração: Pai, livra-me da aflição. Pai, livra-me do dia mal. Pai, ajuda-me a crescer. Pai, faz-me crescer sem que tal crescimento me tire a paz. Amém.

E Deus lhe ouviu a oração... Jabes teve o que pediu, e cresceu sem se fazer mal e sem ter que pagar com o preço da aflição a conquista de novas fronteiras.

Um homem marcado pela dor, mas que não quer ser acompanhado por ela. Um homem marcado pela dor, mas que não quer ser paralisado por ela. Um homem marcado pela dor, mas que quer conquistas para a sua vida, mas não deseja oferecer ao sucesso o capital das angustias como troca. Um homem franco a Deus quanto a declarar que deseja crescer, mas que não desejaria fazê-lo entre as aflições decorrentes das conquistas.

Jabes... Um homem com ambições.... Um homem em busca de mais espaço... Um homem com elevado instinto de auto-preservação... Um homem que não quer que sua vida se transforme num parto permanente... Um homem que sabe que somente Deus pode conceder que, na terra, alguém conquiste sem aflições, que alargue suas fronteiras sem guerra, que viva no meio de tanta maldade, livre do mal.

Deus... Um Deus que vê a dor de uma mãe... Um Deus que vê a marca traumática de um menino que nasceu de dores... Um Deus que usou tais marcas a fim de polir e ilustrar um menino que viraria homem amante da paz... Um Deus que sabia quem era aquele menino, depois homem: um ser digno, marcado pelo trauma do sofrimento, que não deseja ficar tímido ante a vida, mas que se reconhece como alguém que não suportaria pagar o preço da aflição a fim de realizar a conquista.

Um Deus bom e misericordioso, e que atendeu a oração de Jabes.

Jabes... Uma oração que pedia grandeza, sem a baixeza das conquistas.

Uma oração que reconhecia a possibilidade da visita do mal, mas que pede para não ser visitado por ele.

Uma oração corajosa, pois, para se pedir e crer que se terá paz, prosperidade e livramento frente aos possíveis encontros com as forças da hostilidade, é necessário mais coragem do que para enfrentar exércitos.

Jabes, sua mãe e Deus...

A mãe de Jabes deu-lhe um nome lembrança de como a dor, dói. Jabes deseja viver com largueza, mas não quer que a aflição seja o preço da conquista.

Deus viu mais dignidade em Jabes que nos demais, conheceu a franqueza de seus limites, os desejos de seu coração, e deu-lhe o que pediu, e, fez prosperar-lhe a alma e o caminho de realizações.

Jabes, um homem gente boa de Deus. Deus, um Deus que não precisa que seus heróis tenham que carregar sangue nas mãos. A mãe de Jabes, uma mulher que fez da dor a promessa de que a vida do filho não seria um parto.

Jabes pariu, na bondade de Deus, a segurança e a prosperidade como bens da Graça. Pois quem confessa que não agüenta a guerra, faz de Deus seu parceiro nas conquistas que podem ser apropriadas com os instrumentos da paz.

Jabes, simples encarnação de uma promessa: A benção de Deus enriquece e com ela não vem o desgosto!

Haja paz!

Haja prosperidade!

Haja Jabes!

Haja Graça, e Graça houve para Jabes!

Que haja Graça e Paz para você hoje!

E que haja para mim também!

Hoje e sempre!


Caio Fábio

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sábado, 14 de fevereiro de 2009

1 Cor 13 - O salmo do amor

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De que me vale o falar em línguas, verbalizar espiritualismo, se em minha interioridade me falta o amor!? Se assim o fizer, ainda que exteriormente expresse uma espiritualidade aos olhos dos religiosos, serei somente como um barulho sem sentido, um eco vazio que quebra diante das montanhas da vida seguindo um fluxo interminável de idas e vindas até acabar no vazio.

Ainda que espiritualmente eu profetize, e diga maravilhas nunca antes ditas; ainda que desvende os mistérios dos cosmos, e discirna as intensidades e dimensões infinitas no universo do átomo; ainda que reclame por um poder essencial numa fé que levita objetos e mova a Cordilheira dos Andes; se me faltar amor, serei um nada – um raca.

Ainda que movido por uma compaixão e que nesse sentir eu distribua os meus bens entre aqueles que necessitam; ainda que mobilize um grupo de pessoas e abra uma obra social para atender os menos favorecidos; ainda que na presunção de fazer misericórdia montando uma ONG; ainda que para provar minha total indisposição para comigo mesmo, e provando que sou alguém que se preciso for dôo a própria vida para provar minha humildade; se não for por amor, todas estas atitudes, e ações sociais, e provimento para o necessitado, e a abertura de uma ONG, e o morrer por uma causa pessoal..., de nada me valerá. Não me trará benefício real.

O amor é longanimo. O amor é generoso. No amor não se encontra inveja. Não se auto-promove, muito menos é soberbo.

Ele não se porta de maneira a dar escândalo, muito menos pensa em si próprio, não sofre de irritabilidade, e não alimenta a alma com amarguras e ressentimentos passados.

O amor não consegue ver alguém sendo injustiçado, pois seu triunfo e alegria está em simplesmente ser verdadeiro.

Mesmo em sofrimento ele suporta, mesmo em meio às provações ele crê, ainda que as esperanças de todos se percam ele espera, ainda que o mundo seja contra ele, ele permanece inabalável.

Ainda que a morte tente vencê-lo, ele jamais morre; destarte, o movimento profético e seus profetas passarão e deixarão de ser buscados; as línguas outrora sendo o ícone da veracidade espiritual desaparecerá; a busca pelo conhecimento como sendo a realização integral do homem cessará.

Porque nosso conhecimento é parcial e nossa previsão é na esfera horizontal; mas, quando vier o que é perfeito e integral, o que é parcial e engendrado será exterminado.

Quando eu era inocente e incauto, agia na simplicidade e na inocência da ignorância. Sentia e me expressava como alguém sem conhecimento. Quando amadureci e discerni as implicações da vida, abri mão da forma infantil de olhar a existência.

No entanto, agora, enxergamos como um reflexo opaco e indiscernível aos olhos, como em um prato de bronze; destarte, chegará o dia em que veremos e seremos visto cara a cara. Hoje, meu conhecimento é parcial; então, naquele dia conhecerei integralmente , da mesma forma que sou plenamente desnudado e conhecido de mim mesmo.
Isto posto e isto dito, após entendermos todas estas coisas, o que fica pra nós como chão da vida e caminho a trilhar são três coisas: o crer mesmo contra a própria realidade, sendo que o justo vive pela fé; a certeza de em vivendo pela fé, caminhar em esperança no único dogma prevalecente sobre tudo e sobre todos que é este último; o amor. Destarte, o mais sublime e único capaz de unir todos em um só é este, sendo o maior deles – o amor!

Assim sendo, compreendam o amor, e compreendereis os mistérios ocultos desde a eternidade.


Na graça Dele, em quem sou cativo por este amor!

Com a colaboração do irmão Paulo de Tarso.

Juliano Marcel
15-02-09
Bragança Paulista-SP
juliano.marcel@ymail.com
http://www.julianomarcel.blogspot.com/
http://www.bloggracaevida.blogspot.com/


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Buscando aprender os caminhos do amor

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----- Original Message -----
From: BUSCANDO APRENDER OS CAMINHOS DO AMOR
To: caminhojovem@grupos.com.br
Sent: Friday, February 17, 2006 10:04 PM
Subject: [Caminho] E por falar em amor ... VALE A PENA AMAR?

Ontem a reunião do Caminho Jovem foi provocante no sentido que nos levou a pensar no que considero a dificuldade mas comum, e nem por isso não importante, das nossas vidas que é a de viver e experimentar o relacionamento amoroso apesar das desilusões e frustrações decorrentes do mesmo.

A partir da pergunta acima, feita pelo Jack, passamos a discorrer sobre o que as nossas experiências fizeram-nos entender que o amor seria.

Respeitando o ponto de vista de cada um, tentei fazer uma síntese do que foi dito na minha mente, mas como organizo melhor as idéias quando escrevo, segue o que “aprendi” sobre o assunto ontem, com todos e com Deus, que não nos deixou de falar ao coração nem um instante:

Existem algumas premissas, amplamente validadas pelos testemunhos de ontem, que devem ser consideradas antes de responder a pergunta se vale ou não a pena amar;

a) O amor é eterno como ideal romântico mas pode acabar no dia a dia dos relacionamentos – Sempre existiram e existirão poetas para declamar o amor. Nossa música popular, bem como a literatura universal, está aí para mostrar que este é um ideal renovado a cada geração. No entanto esse amor tem se expressado em relacionamentos reais nem sempre bem sucedidos.
Esse insucesso ou decepção amorosa também é subsídio para artistas e compositores e acontece porque misturamos ao amor sentimentos, emoções, desejos, pulsões, expectativas irreais em relação ao parceiro, que, quando não atendidos, provocam o desgaste e por fim o fim da relação. Este sentimento de descrédito e desesperança em relação ao amor é expresso em declarações como; “na teoria é uma beleza mas na prática ...”. Na prática misturamos muita coisa e rotulamos tudo de amor, um amor pra sempre que sempre acaba, como diria Renato Russo.

b) O amor e a paixão podem até andar juntos mas são diferentes - A paixão, como disseram na reunião, é fisiológica. Dura no máximo 18 meses (dizem os otimistas que pode até chegar a 3 anos) e é seguido de cansaço, desinteresse e até aversão. Não suporta a realidade, mas é a artífice da fantasia. Na paixão as falsas expectativas são montadas e as futuras desilusões preparadas. O amor (ou o que entendemos ser o amor), ao contrário, pode utilizar-se da paixão como gatilho mas precisa que a mesma arrefeça para mostrar a sua força. Pois quem ama o outro com seus defeitos e imperfeições não o quadro pintando na mente fantasiosa da paixão. A paixão é egoísta, o amor não visa seus interesses. A paixão é impaciente, o amor tudo espera. Paixão se sente, amor se tem. A paixão vinga a ferida, o amor perdoa a falta. O amor é primo da fé e da esperança. Como eles tem em comum o fato que não se trata de um sentimento mas de uma atitude frente à realidade da vida nem sempre colorida como a pintada pela paixão. A paixão não cria amor, ele fruto de decisão como veremos a seguir, no entanto é possível tirar do amor o cultivo da paixão como alvo do prazer conjugal. c) O amor é fruto da capacidade humana de decidir – Somos , como também foi dito, o único animal capaz de decidir. Quando o homem perde sua capacidade de decisão ele está nas mão de outrem, sejam as drogas, os sentimentos, ou mesmo quem ele ou ela se declara perdidamente apaixonado(a). Não importa, quando nos entregamos às pulsões em compulsões que nos atiçam, abrindo mão da nossa capacidade de decidir e de ter discernimento vivemos ao sabor das paixões mas não do amor. Amar requer decisão e comprometimento como o que se decidiu. E essa decisão não se baseia em lógica ou razão, visto que é amor. É por isso que o amor é o princípio da graça.

d) O amor é provado por meio de ações – Em não sendo um sentimento, o amor pode até se expressado poética e musicalmente, mas se revelará nos atos e não nas palavras. e) Não se ama sem a si mesmo amar – A falta de amor próprio distorce qualquer tentativa de se amar alguém. Isso por que quem não se ama, vai procurar no outro aquilo que não acha em si, vai sugar do outro a vida como um vampiro, vai, na sua insegurança, se segurar ao outro com unhas e dentes impedindo-o de respirar. Com isso vai matar qualquer possibilidade de desenvolver no outro a reciprocidade sadia do amor. Dito isto acho que estamos prontos para responder a pergunta que nos trouxe até aqui. Valeria a pena amar? E eu responderia: Sim, vale a pena amar um amor que vala a pena! Do contrário, é melhor ficar sozinho. E esse amor existe?

Creio que sim por três razões:

1 – Deus é amor, e Ele existe.

2 – Deus é nossa referência de amor. Provou o seu amor para conosco entregando Seu Filho na cruz quando ainda éramos pecadores, ou seja, com uma ação prática e direta. Fez isso por que decidiu fazê-lo. Nada tivemos a ver com isso a não ser sermos pela graça objetos desse amor. Sua atitude para conosco gera em nós uma resposta que não poderia ser diferente. Amamos então porque ele nos amou primeiro mas amamos por conta disso e isso faz do amor uma realidade presente nas nossas vidas.

3 – Somos a Sua imagem e semelhança, portanto dotados de várias capacidades herdadas do Pai, uma delas é a de amar. Na reunião, veio-me a mente o amor de Deus como parâmetro e chave para a resposta da pergunta do Jack. Fiquei pensando nas desilusões de Deus conosco em comparativo com as nossas desilusões uns com os outros. Quem leu Oséias sabe que Deus se sentia perante Israel da mesma forma que um marido traído se sente em relação à esposa adultera (ou vice versa) tanto que fez o profeta passar por tal situação para expressar essa verdade ao povo. Não obstante, ele deu cabo sua intenção de resgatar os seus por meio da cruz, aos que amou desde o princípio. Logo, Ele nos ama! E aí o que ele faz quando lhe viramos as costas? Vai atrás da gente como bom pastor. Nos recebe com festa como na parábola do filho pródigo.

Diante de tudo isso fiz a seguinte reflexão: Valeu a pena Deus nos amar? Se a nossa resposta a essa pergunta for positiva automaticamente estaremos respondendo que o amor vale a pena, pois esse amor (o de Deus) é o pai de tudo o que possa, nas nossas relações humanas, ser chamado de amor.

E esse amor transforma, cativa e sustenta qualquer relação tornando-a resistente aos vendavais da vida.

Se cultivarmos esse tipo de amor nas nossas relações quem sabe a pergunta título dessa reflexão não seja mais tão perturbadora em nosso meio como tem sido atualmente, pois já terá resposta a resposta afirmativa de bate pronto nos nossos corações. Ao autor do amor que conheço e que por vezes expresso.

E a minha mulher, que me faz sempre pensar que esse amor é possível na relação a dois.

Ido

Caminho Brasília

_________________________________

Resposta:

Ido, meu querido amigo e irmão no Caminho: Graça e Paz!

Li com muito contentamento a súmula existencial e reflexiva que você fez acerca da conversa-estudo que o Jack e a moçada do “Caminho Jovem” fizeram; e muito me alegrei com tudo; especialmente com a maturidade de todos.

Há uns dias atrás colei aqui no site um texto chamado “Uma Bula de Amores”, no qual eu desejava expressar, filologicamente, as distinções que há nas várias formas de amor, conforme as palavras gregas que nos serviram de referencia conceitual para o termo e seus derivados; inclusive mostrando que muito do que se chama “amor”, nada mais é que instintualidade compulsiva.

E mais: disse que não entender tais distinções é o que mais prejudica o encontro do verdadeiro amor, posto que falsifica a sua real interpretação.

O amor de Deus, que é aquele que tudo espera, tudo suporta, jamais acaba, e só tem prazer no que é bom, e nunca se alegra com qualquer forma de injustiça, etc...— de fato é o único amor a se buscar que esteja presente na base do ser, a fim de que qualquer outro modo de amar seja educado no amor divino. Não ter a consciência do amor de Deus em nós, é o que nos faz projetar sobre “certos amores” expectativas frustrantes e acabrunhantes para aquele (a) que, um dia, confundiu as coisas e se arrebentou.

Paixão, por exemplo, acerca da qual muito se fala nas cartas aqui do site, na maioria das vezes é apenas um estado de enfatuamento fortemente produzido por projeção, transferência, carência, paixão pela paixão, compulsão e derrame químico —; estado esse que os gregos desejavam dele fugir mais do que o diabo da cruz, pelo simples fato de que para eles, paixão era algo de natureza patológica, sendo, portanto, um surto, uma loucura, um estado de prevalência da fantasia sobre o mundo real.

É essa paixão-loucura, desacompanhada de amor e de seus nutrientes de carinho, amizade, companheirismo, fidelidade, e vida comum e constante, que, de fato, é algo ilusivo; e tendente a acabar tão logo as químicas orgânicas se arrefeçam, e os estados psicológicos de enfatuamento dêem lugar à imagem real do objeto de amor em questão.

Por outro lado, há aqueles para os quais o “amor é apenas uma questão de decisão”.

Ora, eu creio que amar é uma questão de decisão, e isto quando a manifestação do amor tem a ver com a lida de todos os dias.

Sim, você decide amar ou não; posto que o amor não é romântico, mas verdadeiro.

Portanto, não é abalável como os materiais psicológicos cuja estrutura é apenas o romance, o qual se alimenta também, bastante, de fantasia. Porém, sendo verdadeiro-amor, tem que ser verdade-amor; e, assim, não depende de fantasia para ser e existir; assim como não precisa de emulações a fim de se manifestar.

Neste sentido, amar é uma escolha existencial e de fé, e que se baseia num entendimento acerca do que Deus chama amor, e do modo como Ele nos ama.

Desse modo, por tal amor, viajo de A à Z, indo do meu adversário à minha mulher-amante; pois, há dias que tanto um quanto o outro têm que ser amados por minha decisão, e não por minha emoção. Todavia, a aplicabilidade desse amor que escolhe ser amor, cabe em todas as coisas, menos na cama de um homem e uma mulher. Sim, cabe na cozinha, nas arengas da vida, na paz que acaba com conflitos, no perdão dado ou pedido, etc...— porém, não cabe na cama de amar. Sim, porque é verdadeiro tratar a esposa com amor que “decide amar” em todos os lugares desta existência, assim como também é valido para tudo o mais.

Entretanto, na cama, não se deita e faz amor como “decisão”, mas como desejo.

Ora, a decisão procede de mim, de minha mente consciente. O desejo, porém, conquanto seja um “querer”, precede o estado consciente, e brota como fonte misteriosa da alma. Sim, brota como mistério, pois é isso que Paulo diz do encontro entre um homem e uma mulher.

Desse modo, a fim de que um casamento no qual existe desejo possa sobreviver aos embates da existência, tem que haver amor; do mesmo modo que, sendo o vínculo de amor algo que tenha seu desfecho na cama e no colchão de amar, o mero exercício desse amor que “decide”, mas não “deseja”, pode ser a morte do próprio casamento. Isto porque amar não é um acontecimento romântico (ninguém ama romanticamente um inimigo ou um contrário), mas uma decisão da consciência.

No casamento, todavia, esse amor que chega cheio de bondades, é bom; mas não agrada ao coração do outro, o qual, em tal caso, não quer somente ser objeto de bondades, mas também de desejos e alegrias que nasçam da inexplicabilidade do mistério. Ou seja: o amor entre um homem e uma mulher se alimenta não da lógica, mas da não-lógica, visto que nenhuma “equação” deve poder explicá-lo.

A paixão que vai... é aquela que é filha da “química e do enfatuamento”. Ou seja: é aquela paixão-surto da qual os gregos tanto fugiam.

Entretanto, quando se trata de um homem e uma mulher, se eles se cuidarem, se se tratarem bem, se não destruírem o respeito mútuo, e se alimentarem o amor com verdade e amizade, eu lhe digo que a paixão continua... Sim, continua porque ela não é apenas um produto “químico”, como os mecanicistas sugerem, mas também um elemento de natureza psíquica, o qual, pela sua própria natureza, sobrepuja as estações das químicas e das drogas de prazer apaixonado; podendo perdurar por toda a vida; e, muitas vezes, até crescer ainda mais com o passar do tempo.

O que tenho tentado mostrar é que o Amor é um só, mas que há muitas formas de amar; e sempre de modo próprio e adequado ao tipo de relação que está sendo tratada.

Encontrar tal equilíbrio e exercer esse discernimento é o que pode nos salvar da frieza de amores que são apenas decisões mentais, bem como nos salvar das paixões travestidas de amor, e que não passam de surtos de carência humana ou de emulação apenas química.

Um beijão para você, Ido.

No veremos no Caminho.

Nele, em Quem vale sempre a pena amar, pois, sem amor não há vida,

Caio

Fev. 2006

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PAULO: PERFEITAMENTE IMPERFEITO, IMPERFEITAMENTE PERFEITO

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Paulo escreveu sobre o amor em sua forma e expressão mais sublime (ICo13).

Aquele amor eu só conheço, com todas as suas implicações, em Jesus.

Nem o santo mais elevado em suas aspirações viveu completamente aquele amor.

O próprio Paulo tinha naquela consciência a sua motivação e seu alvo de crescimento para o ser, mas ainda não o havia alcançado.

A leitura de Atos e das cartas de Paulo nos revelam que o apostolo ainda não havia alcançado aquele nível de sentir e responder em todas as coisas—não o tempo todo!

A segunda epístola aos Coríntios, por exemplo, nos revela a dor e a passionalidade de seu ser em relação a coisas e relacionamentos para os quais a prática de I Co 13 teriam sido a cura.

A revelação recebida por Paulo, como não poderia deixar de ser, era muito maior que ele mesmo como homem. Não era dele. Era também para ele!

Aquele amor não é praticado por nós nem mesmo em relação a Deus.

Amamos a Deus de modo inferior, muitas vezes até animal e erótico nos sentimentos que em nós nascem, tais como ciúme, disputas, inveja e convicções que se fazem defender com ardores de guerreiros no campo de batalha.

Até mesmo nossa noção de Dogma é abraçada à partir de uma forma passional de amor.

No Dogma ama-se a Deus com um amor que em I Co 13 é destruído. Nossas profecias, dons, fé, caridade, e bondades—ainda estão no nível da elevação do amor psicológico ao seu nível mais superior, mas ainda é a alma amando a Deus, defendendo Deus, sofrendo por Deus e enfrentando os inimigos de Deus!

É nesse sentido que devemos dizer que o Dogma se instala como tal mediante a virtude de um amor profano. Afinal, em I Co 13, o Dogma é o Amor e não há amor para se amar o Dogma.

Daí todas as formas de amor ao Dogma serem profanas, pois, servem-se da mesma fonte de sentimento e de consciência com a qual se ama a mulher, os filhos, os amigos e a vida; ou seja: ama-se no antagonismo e na contradição!

Aquela forma de amor nos curaria a todos. E se não estamos curados—eu pelo não estou, pois vejo-me amando a Deus com ardores, calores e muitas passionalidades—é porque estamos ainda muito longe de chagarmos lá.

Pessoalmente creio que não chegaremos jamais lá, não em plenitude, enquanto estivermos presentes no corpo.

Quando amo alguém faço-o à partir de mim mesmo e de minha necessidade de ser também recompensado, seja pela alegria do retorno do sentimento, seja pela alegria de servir aquele objeto do amor. Mas eu estou mais que presente no processo. Assim como Paulo, que amava muito, mas embatia-se sobremaneira em defesa de seu próprio amor pelos que amava.

Até mesmo sua declaração em Romanos que preferiria ser separado de Cristo por amor aos seus compatriotas, ainda expressa essa forma humana e passional de amor—a mesma de um pai por seus filhos ou pelo amor de sua vida, no caso de ter de sacrificar para que o outro viva.

Paulo desviava o curso de sua natureza por amor. Jesus, todavia, não. “Ainda não é chagada a hora”—repetido por Ele tantas vezes, revela que tipo de amor Ele encarna, até para morrer.

Estou escrevendo isto para dizer somente uma coisa:

Se amamos a Deus com amor profano, nossos Dogmas habitam a terra da profanidade. E, se é assim, o Dogma, em si, será tanto mais neurótico como Dogma a ser defendido, quanto mais passional for o seu defensor.

Daí os defensores obcecados de um Dogma estarem dando muito mais que testemunho de seu amor por Deus, uma declaração de como é interiormente a sua própria alma.

Quem alcançou o amor como Dogma, pelo simples fato de estar imerso no amor, já não ladra e nem morde!

Portanto, toda ortodoxia que mata e oprime é, antes de tudo, um des-testemunho da presença do amor.

Quem mergulhou na dimensão do Amor já não tem o que defender, pois, no coração, sabe que o que é, é; e o que não é, não é—talvez mesmo jamais venha a ser!

Caio

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O homem caminhofóbico

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“...e este viver que agora tenho na carne, tenho-o pela fé no Filho de Deus, que me amou, e a Si mesmo se entregou por mim”.


Houve um viver-existir na carne para Paulo. E, sinceramente, Paulo deve ter sido um sujeitinho insuportável antes de encontrar Aquele que Vive.

Sim! Seu surto era tamanho que ele julgava poder ser a severidade de Deus encarnada em ódio e perseguição a todos os que eram do Caminho.

Saulo, se islâmico fosse hoje, não teria deixado espaço para o Bin Laden ser o “Bin Laden”. Com certeza teríamos o Bin Saulo. Esse era o nível da loucura.

“Respirava ameaças...” contra os do Caminho.

A expressão que Lucas usa em Atos a fim de descrever o estado de espírito de Paulo, ainda Saulo, em relação ao Caminho, era a de uma besta raivosa e faminta desejando tragar discípulos.

Ele andava resfolegante de ódio seduzido por algo que ele odiava por pavor de amar.

Por isso queria eliminar aquele fascínio que, por exemplo, corrompera seu primo Barnabé, que vendera uma propriedade e doara os recursos para as necessidades dos do Caminho.

Há quem ache que a conversão de Barnabé pode ter sido o que faltava para fazer de Saulo o pitbul caminhofóbico no qual ele se tornara.

Entretanto, a descrição que ele faz de si mesmo, dizendo que se haviam razões para alguém se gloriar na carne, ele as tinha de sobra: hebreu de hebreus, da tribo de Benjamin, fariseu por escolha de radicalidade, e perseguidor da Igreja de Deus com os ânimos de um campeão da verdade tateando cego em seu ódio apaixonado — revelam seu espírito e sua vida na carne antes de Jesus nele.

Quem odeia demais está pra se entregar!

Disse ele:

“Transbordou a Graça”, como uma represa arrebentada... — disse ele escrevendo a Tito.

“De Trevas houve luz!” — contou ele aos discípulos em Corinto o significado de “início do mundo” que sua conversão carregava para ele. Antes sem forma e vazio de amor. Então Deus diz: “Haja Luz”. E houve Paulo!

“Fui arrancado em trauma, como um nascido fora de tempo” — conta ele numa outra ocasião aos de Corinto também.

Um viver... Saulo.

Outro viver... Paulo.

De perseguidor a perseguido...

De inquisidor a inquirido...

De fariseu a discípulo da Graça...

De etnicista a um vira-lata do amor por todos os homens...

De seguidor da Lei da morte em caminhante na Lei do Amor...

De total justiça-própria à absoluta dependência e confiança na justiça da Cruz...

De blasfemador oficial contra o Caminho a sacrifício vivo e agradável a Deus enquanto sofria com os que antes matava...

De fera faminta, acuada e raivosa..., em homem despojado e que se entregava aos homens em amor.

Saulo era o homem possível... — sendo o que era.

Paulo se tornou o homem impossível... — tornando-se quem se tornou.

Sim! Quem imaginaria tal coisa?

Imagine. Pense na pessoa mais hostil à Graça de Deus e ao Caminho do Evangelho que você conhece. Pensou? Pode vê-lo (a) pregando a Graça com mais intensidade de amor do que você o vê hoje em intensidade de ódio?

Muitos nomes vieram à sua mente?

Agora imagine os ser mais impossível... Sim! impossível por ser possível demais como ente existente — existe de modo insuportável para muitos; porém, inegável.

Imaginou?

Ora, tal pessoa é ainda o gandula da arena na qual Saulo era a fera de tudo e todos!

Jesus escolheu o pior... o impossível.

Saulo era possível como Saulo, mas como Paulo ele era uma total impossibilidade para a imaginação de todos — por isso, os judeus amigos de antes o perseguiam, e os discípulos antes por ele perseguidos nele não criam.

Eu vou mostrar a você o quanto importa sofrer pelo meu nome!” — disse Jesus a ele.

Um viver... Outro viver...

Agora... — descrido, oprimido aonde ia, seguido por cães raivosos, molestado pelos que se dedicavam à causa da fimose [circuncisão] como salvação, traído muitas vezes, desconhecido, ignorado, e desprezado; enquanto as ações dos que sobre ele incidiam declaravam a ele, pelo ódio, o mesmo tipo de angustia que antes o habitava.

Agora... — de campeão da lei se torna o “supremo transgressor” dela, não porque a transgredisse, mas porque dela não precisava para mais nada, pois, descobrira que somente o amor cumpre a lei sem justiça-própria.

Agora... — nada mais lhe interessa além do Evangelho de Deus que lhe fora confiado como bom deposito a ser aberto em todas as cidades, guetos e praças do mundo... E distribuído de Graça.

Agora... — quanto mais serve, mais acidentes lhe acontecem..., mas ele nunca pára. Por amor a Jesus nem “deus”, nem o “destino”, nem a “ira”, e nem a “justiça divina” o param em nada — pois, para ele, todo acidente era desígnio de Jesus: um novo lugar para o “Boy de Deus” levar recado de amor aos homens, como aos maravilhosos “bárbaros” de Malta.

Sim! É o tal viver que agora ele tem na carne, no corpo, no ser que se movia ante a percepção geral, que o põe adiante contra todo desprezo, perseguição, indiferença, traições, e ataques de morte, dos homens e do diabo.

Ele simplifica: ... esse viver... vivo-o pela fé no Filho de Deus que me amou...

É vida movida a amor!

Sim! Amor — o único combustível existencial que não polui..., antes limpa a alma de seus lixos de ódio e indiferença!

Sim! Esse é o milagre do Evangelho!

Foi assim... e é assim que é o Caminho do Evangelho entre os homens!

Todavia, o mais difícil de tudo não é fazer de Saulo um Paulo. Não! O difícil é ver os “discípulos religiosos” de Paulo converterem-se à Graça pela e na qual Paulo viveu.

Ora, pouca coisa pode ser mais irônica do ver pessoas, em nome das doutrinas baseadas em Paulo, perseguindo gente, qualquer gente; e muito especialmente aqueles que seriam os caminhantes ao lado do apóstolo se entre nós ele andasse hoje.

Mas não adianta... Sem a Luz todo fariseu sincero é [na melhor versão] um pitbul raivoso.

O novo viver na carne só é possível em amor pelo Filho de Deus que nos amou. Sim! Esse novo viver só viaja de amor a amor: do Dele por mim, que vai de mim para Ele, e que Dele volta-se para a mim como amor Dele em mim por todos os outros filhos dos homens.

Ironia a de quem disse: “Eu vou mostrar a você o quanto importa sofrer pelo meu nome!

Sim! Porque o Saulo que é o Nero dos discípulos irá mais tarde morrer sob Nero por ser um dos do Caminho.

Assim foi com Paulo e assim é com todos os que Nele queiram ter essa nova vida e seu poder de ser.



Pense nisso!


Caio

08/09/07
Manaus
AM

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Os cristãos amam mais a “igreja” do que a Jesus

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É incrível como os princípios estão invertidos na “igreja”, e não somente na “igreja”, mas também, nas mentes dos cristãos.

Mesmo aqueles que são apresentados ao Evangelho da Graça, por temer abandonar a “igreja”, abrem mão do Evangelho – conseqüentemente de Jesus – e agarram à “igreja”, como se ela fosse a representação legal de Cristo na terra.

Na verdade, é isso que “igreja” representa, ou pelo menos, aquilo que os pastores e teólogos fizeram dela na terra. Porém, conquanto tenha esta representação – e é representação somente mesmo – não carrega significado nenhum verdadeiro, posto que o Caminho do Evangelho não pode ser vivido numa geografia física e fixa, como ocorre com a “igreja”; e sim, nos corações sinceros que aceitam e acolhem esta Graça em amor no coração, lugar onde o Reino de Deus se manifesta – a interioridade do ser!

Assim sendo, os cristãos amam mais a “igreja” do que a Jesus. E vou colocar os motivos a seguir:

1º Vemos que os cristãos foram domesticados e tiveram as suas mentes programadas com a dogmatização e teologia que fazem da “igreja” uma representação física e fixa do caminho de Deus na terra. Lugar este, onde Deus se manifesta, age, opera, e responde as orações. E isso não é de agora, afinal, desde Constantino – ano 325d.c – que os teólogos e os constantinianos procuraram fazer, e fizeram, da “igreja” o único lugar onde alguém pode alcançar salvação. Fazendo dela a mediadora dos homens com Deus e com Cristo. Assim, mesmo com a reforma protestante – onde enganosamente pensa-se que viveram sola gratia, porém, desenvolveu-se o mesmo espírito predominante na antiga forma: um lugar com hierarquia eclesiástica, cujo líder tem a infalibilidade escriturística, e é aquele que pode determinar o caminhar do homem na vida pelas observações dos dogmas instituídos.

2º Conforme a primeira observação, gera então na alma daquela pessoa que freqüenta a “igreja” um medo terrível de não se estar vivendo conforme Deus quer que ela viva, se ela não viver conforme a “igreja” determina o modo de vida que ela deve viver.


3º Logo, o que se experimenta e vive na “igreja” não é um culto a Deus, e sim, um culto à “igreja”, onde esta toma o lugar de Cristo, e mascaradamente aceita o culto no lugar de Deus.


ARGHHHHH!!!!! Que heresia é esta que estou dizendo????? Você pode estar pensando!!!

Não é heresia, e sim, a pura verdade. Uma vez que se diz que quem não for para a “igreja”, não encontra Deus. Quem não freqüentar as reuniões e cultos, está “desviado”. Quem não mergulha num batismo, não pode participar da “santa” Ceia do Senhor, dizem eles. Quem não tem um papel assinado por um juiz dizendo que é casado segundo a Constituição vigente determina, está em adultério. E por aí em diante..., colocam coisas, e mais coisas, as quais Deus nunca exigiu como pre-requisito para culto a Ele. Logo, ela – a “igreja” – é que determina quem cultua, quem serve, quem adora, quem é crente, quem é salvo, e quem não é!

Estou mentindo?

Tem alguma coisa que eu disse que não seja verdade?

Você sabe que é assim!

E dentro desta conjuntura a qual chamamos de “igreja”, os crentes vivem uma vida neurótica, pensando estar cultuando a Deus, e vivendo uma liberdade em Cristo, que não passa de um engano. Sim, um engano!

E quando estes – os “cristãos” – ouvem falarmos de uma Graça que é “de Graça”, se assustam. Ficam apavorados. Questionam das diversas formas possíveis. São questões bobas, pequenas, e um medo neurótico de viver com uma liberdade que pra eles é assustador.

Quando explicamos a liberdade em Cristo, liberdade esta que nos foi dada GRATUITAMENTE na Cruz, os “cristãos” surtam.

É que a liberdade para aquele que viveu uma vida aprisionada, é apavoradora. Sim, aterrorizante. É como um animal que você cria a vida inteira numa gaiola, e depois de anos vivendo limitado pelas grades da gaiola, sendo servido daquilo que somente lhe dão como comida, caminhando num espaço determinado pelo seu dono, após anos assim, se for solto, não consegue desfrutar da liberdade, e tem 98% de chance de morrer. Sim, morrer! Morre porque não sabe caminhar por si só. Morre, porque não consegue viver com a responsabilidade de prover para si mesmo o espaço e limites de seu caminhar.

Com os “cristãos” é a mesma coisa. Vivem a vida aprisionada a religião, a “igreja”,a dogmas, teologias, costumes, doutrinas, de modo que quando vêem que não dependem destas coisas para viver, se perdem na vida. Preferem voltar à prisão da religião, da “igreja, pelo menos lá alguém ia dizer o que você pode e não pode fazer e tocar.

Porque viver cuidando do próprio coração, arcando com as conseqüências de seus acertos e erros, discernindo entre o que é lícito e o que se convém, para os “cristãos” é como pegar um passarinho que viveu cinco anos aprisionado numa gaiolinha e soltá-lo, dar-lhe a liberdade. Ele morre.

Os “cristãos” preferem a “igreja” do que se entregar a Cristo verdadeiramente na vida. Amam muito mais os ritos, os dogmas, as doutrinações, as teologias, do que a simplicidade do viver no Evangelho, e singelamente crer – viver pela fé!

“Como pode viver pela fé somente?” é o que eles perguntam, embora digam que tenham fé.

Sim. Simplesmente crer no que já está feito. No que está conquistado. No que é meu EM CRISTO.

Se na cruz, conforme Paulo disse, vemos Deus reconciliando com sigo mesmo o mundo – porque Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, disse Paulo – sei que em Cristo, já estou reconciliado, de forma que não preciso de uma freqüência assídua a um lugar pré-determinado como único lugar de salvação e reconciliação do homem com Deus, chamado “igreja”.

O que se precisa, é crer – e tão somente crer – que vivo amando a Deus, e O sirvo, não em um lugar limitado pela geografia física, e sim, em cada lugar que coloco os meus pés, em cada lugar onde minha mente vaga, em cada recôndido do meu coração, nestes lugares chamado de vida em sua integralidade, é que sirvo a Deus.

E você me pergunta: E o que isso tem a ver comigo?

Ora, disse isso para simplesmente te perguntar: A quem você tem amado, a “igreja” ou a Jesus?

A quem tem servido: aos dogmas religiosos da “igreja”, ou a simplicidade da liberdade em Cristo?

Quando se compreende que o convite do Evangelho de Cristo é para o crescimento e a maturidade consciente das implicações da vida, e suas ambigüidades, e crê-se que em Cristo tudo já está feito e consumado, vive-se a vida com a liberdade de ser quem se é, sem mascaramentos, sem neuroses, sem fingimentos, sem caras e bocas, em fantasias.

Porém, caminha-se na vida sendo a si próprio, verdadeiro, arcando com as conseqüências da escolhas, aprendendo com os acertos e com os erros, com as subidas e as quedas, afinal, o discipulado segundo os evangelhos não acontece num curso de formação de liderança e discipulado, antes, é no chão da vida onde a vida mostra a sua cara, e mostra a nossa cara, revela quem nós somos verdadeiramente. Sim, o discipulado é na vida.

E aí, a quem você tem amado? A “igreja” ou a Jesus?

Pense nisso!

Na Graça Daquele, em quem sou chamado à liberdade de ser Nele!

Juliano Marcel
13/02/09
Bragança Paulista-SP
juliano.marcel@ymail.com
http://www.julianomarcel.blogspot.com/
http://www.bloggracaevida.blogspot.com/


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E os do Caminho...

... têm que ser apenas gente andante, seguindo a Jesus com outros, cada um com seu nível de compreensão e percepção, porém todos desejosos de aprenderem a Cristo, conforme Jesus no ensinou ser o caminho de gente que busca se tornar semelhante a Ele.

Este é o convite aos do Caminho: tornarem-se semelhantes a Jesus no curso da jornada da fé; dia a dia sendo transformados de glória em glória; até que se vá chegando à estatura do Novo Homem, o qual se renova segundo Deus mediante a pratica do amor e da verdade.

Assim que é! Vem & vê!

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