sábado, 14 de fevereiro de 2009

Os cristãos amam mais a “igreja” do que a Jesus

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É incrível como os princípios estão invertidos na “igreja”, e não somente na “igreja”, mas também, nas mentes dos cristãos.

Mesmo aqueles que são apresentados ao Evangelho da Graça, por temer abandonar a “igreja”, abrem mão do Evangelho – conseqüentemente de Jesus – e agarram à “igreja”, como se ela fosse a representação legal de Cristo na terra.

Na verdade, é isso que “igreja” representa, ou pelo menos, aquilo que os pastores e teólogos fizeram dela na terra. Porém, conquanto tenha esta representação – e é representação somente mesmo – não carrega significado nenhum verdadeiro, posto que o Caminho do Evangelho não pode ser vivido numa geografia física e fixa, como ocorre com a “igreja”; e sim, nos corações sinceros que aceitam e acolhem esta Graça em amor no coração, lugar onde o Reino de Deus se manifesta – a interioridade do ser!

Assim sendo, os cristãos amam mais a “igreja” do que a Jesus. E vou colocar os motivos a seguir:

1º Vemos que os cristãos foram domesticados e tiveram as suas mentes programadas com a dogmatização e teologia que fazem da “igreja” uma representação física e fixa do caminho de Deus na terra. Lugar este, onde Deus se manifesta, age, opera, e responde as orações. E isso não é de agora, afinal, desde Constantino – ano 325d.c – que os teólogos e os constantinianos procuraram fazer, e fizeram, da “igreja” o único lugar onde alguém pode alcançar salvação. Fazendo dela a mediadora dos homens com Deus e com Cristo. Assim, mesmo com a reforma protestante – onde enganosamente pensa-se que viveram sola gratia, porém, desenvolveu-se o mesmo espírito predominante na antiga forma: um lugar com hierarquia eclesiástica, cujo líder tem a infalibilidade escriturística, e é aquele que pode determinar o caminhar do homem na vida pelas observações dos dogmas instituídos.

2º Conforme a primeira observação, gera então na alma daquela pessoa que freqüenta a “igreja” um medo terrível de não se estar vivendo conforme Deus quer que ela viva, se ela não viver conforme a “igreja” determina o modo de vida que ela deve viver.


3º Logo, o que se experimenta e vive na “igreja” não é um culto a Deus, e sim, um culto à “igreja”, onde esta toma o lugar de Cristo, e mascaradamente aceita o culto no lugar de Deus.


ARGHHHHH!!!!! Que heresia é esta que estou dizendo????? Você pode estar pensando!!!

Não é heresia, e sim, a pura verdade. Uma vez que se diz que quem não for para a “igreja”, não encontra Deus. Quem não freqüentar as reuniões e cultos, está “desviado”. Quem não mergulha num batismo, não pode participar da “santa” Ceia do Senhor, dizem eles. Quem não tem um papel assinado por um juiz dizendo que é casado segundo a Constituição vigente determina, está em adultério. E por aí em diante..., colocam coisas, e mais coisas, as quais Deus nunca exigiu como pre-requisito para culto a Ele. Logo, ela – a “igreja” – é que determina quem cultua, quem serve, quem adora, quem é crente, quem é salvo, e quem não é!

Estou mentindo?

Tem alguma coisa que eu disse que não seja verdade?

Você sabe que é assim!

E dentro desta conjuntura a qual chamamos de “igreja”, os crentes vivem uma vida neurótica, pensando estar cultuando a Deus, e vivendo uma liberdade em Cristo, que não passa de um engano. Sim, um engano!

E quando estes – os “cristãos” – ouvem falarmos de uma Graça que é “de Graça”, se assustam. Ficam apavorados. Questionam das diversas formas possíveis. São questões bobas, pequenas, e um medo neurótico de viver com uma liberdade que pra eles é assustador.

Quando explicamos a liberdade em Cristo, liberdade esta que nos foi dada GRATUITAMENTE na Cruz, os “cristãos” surtam.

É que a liberdade para aquele que viveu uma vida aprisionada, é apavoradora. Sim, aterrorizante. É como um animal que você cria a vida inteira numa gaiola, e depois de anos vivendo limitado pelas grades da gaiola, sendo servido daquilo que somente lhe dão como comida, caminhando num espaço determinado pelo seu dono, após anos assim, se for solto, não consegue desfrutar da liberdade, e tem 98% de chance de morrer. Sim, morrer! Morre porque não sabe caminhar por si só. Morre, porque não consegue viver com a responsabilidade de prover para si mesmo o espaço e limites de seu caminhar.

Com os “cristãos” é a mesma coisa. Vivem a vida aprisionada a religião, a “igreja”,a dogmas, teologias, costumes, doutrinas, de modo que quando vêem que não dependem destas coisas para viver, se perdem na vida. Preferem voltar à prisão da religião, da “igreja, pelo menos lá alguém ia dizer o que você pode e não pode fazer e tocar.

Porque viver cuidando do próprio coração, arcando com as conseqüências de seus acertos e erros, discernindo entre o que é lícito e o que se convém, para os “cristãos” é como pegar um passarinho que viveu cinco anos aprisionado numa gaiolinha e soltá-lo, dar-lhe a liberdade. Ele morre.

Os “cristãos” preferem a “igreja” do que se entregar a Cristo verdadeiramente na vida. Amam muito mais os ritos, os dogmas, as doutrinações, as teologias, do que a simplicidade do viver no Evangelho, e singelamente crer – viver pela fé!

“Como pode viver pela fé somente?” é o que eles perguntam, embora digam que tenham fé.

Sim. Simplesmente crer no que já está feito. No que está conquistado. No que é meu EM CRISTO.

Se na cruz, conforme Paulo disse, vemos Deus reconciliando com sigo mesmo o mundo – porque Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, disse Paulo – sei que em Cristo, já estou reconciliado, de forma que não preciso de uma freqüência assídua a um lugar pré-determinado como único lugar de salvação e reconciliação do homem com Deus, chamado “igreja”.

O que se precisa, é crer – e tão somente crer – que vivo amando a Deus, e O sirvo, não em um lugar limitado pela geografia física, e sim, em cada lugar que coloco os meus pés, em cada lugar onde minha mente vaga, em cada recôndido do meu coração, nestes lugares chamado de vida em sua integralidade, é que sirvo a Deus.

E você me pergunta: E o que isso tem a ver comigo?

Ora, disse isso para simplesmente te perguntar: A quem você tem amado, a “igreja” ou a Jesus?

A quem tem servido: aos dogmas religiosos da “igreja”, ou a simplicidade da liberdade em Cristo?

Quando se compreende que o convite do Evangelho de Cristo é para o crescimento e a maturidade consciente das implicações da vida, e suas ambigüidades, e crê-se que em Cristo tudo já está feito e consumado, vive-se a vida com a liberdade de ser quem se é, sem mascaramentos, sem neuroses, sem fingimentos, sem caras e bocas, em fantasias.

Porém, caminha-se na vida sendo a si próprio, verdadeiro, arcando com as conseqüências da escolhas, aprendendo com os acertos e com os erros, com as subidas e as quedas, afinal, o discipulado segundo os evangelhos não acontece num curso de formação de liderança e discipulado, antes, é no chão da vida onde a vida mostra a sua cara, e mostra a nossa cara, revela quem nós somos verdadeiramente. Sim, o discipulado é na vida.

E aí, a quem você tem amado? A “igreja” ou a Jesus?

Pense nisso!

Na Graça Daquele, em quem sou chamado à liberdade de ser Nele!

Juliano Marcel
13/02/09
Bragança Paulista-SP
juliano.marcel@ymail.com
http://www.julianomarcel.blogspot.com/
http://www.bloggracaevida.blogspot.com/


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E os do Caminho...

... têm que ser apenas gente andante, seguindo a Jesus com outros, cada um com seu nível de compreensão e percepção, porém todos desejosos de aprenderem a Cristo, conforme Jesus no ensinou ser o caminho de gente que busca se tornar semelhante a Ele.

Este é o convite aos do Caminho: tornarem-se semelhantes a Jesus no curso da jornada da fé; dia a dia sendo transformados de glória em glória; até que se vá chegando à estatura do Novo Homem, o qual se renova segundo Deus mediante a pratica do amor e da verdade.

Assim que é! Vem & vê!

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