quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Carta ao Juliano e Cláudia: Não aceito a opção sexual da minha Mãe!

-------Original Message---------------

From: amiga do blog
To: Claudia
CC: Juliano Marcel
Subject: RES
Date: Fri, 22 Aug 2008 16:24:51 -0300


Amada Claudia,

Tenho um questionamento vindo de uma amiga, a qual vou dar o nome de “Liane (18 anos)”.
Seus pais vieram a se separar quando ela tinha 15 anos, devido sua mãe assumir um relacionamento com outra pessoa do mesmo sexo. Na época ela não recriminou porque a mãe havia “preparado território” se é que podemos chamar assim, a Liane passou a namorar um sobrinho dessa outra pessoa e quando a noticia estourou ela não ligou devido estar envolvida com este rapaz,(o que também não durou muito tempo) o que na época trouxe a ela a liberdade em troca da não recriminação.

Hoje ela finge não ver o que esta acontecendo. Não aceita essa situação e acredita que a maioria das brigas são causadas por ciúmes desse relacionamento que ela não acha certo, embora AME de forma incondicional a sua mãe.

Vejo que é tão constrangedor pra ela, tanto que nem contou isso ao seu namorado atual (o qual estão juntos a quase um ano).

O maior questionamento dentro dela é:
- Porque isso ocorreu comigo?
- Justo com minha mãe?
- Parecia ser uma família perfeita (com seus problemas normais).

Hoje ela vê sua mãe sem vaidade alguma e acredito EU que isso deve incomodá-la pelo fato dela ser mocinha ...e tal!

Como poderia ajudá-la com estes questionamentos?

Ela é uma boa moça tem ouvido meus conselhos, crê em DEUS (embora não siga nenhuma religião) confessa o quanto depende DELE. É uma benção de menina ....
Mas procura respostas pra estes questionamentos, e se puder me ajudar a aconselhá-la retorne quando puder ....


Beijos!
S.F.
________________________________

Resposta:


Amiga querida: Graça e paz!


Antes de mais nada, precisamos entender que a opção sexual é uma disfunção psíquica originada e armazenada no inconsciente. Embora o Conselho de Psicologia queira admitir que tal manifestação não seja verdadeira, e querer até caçar a licença de um profissional que ajude alguma pessoa que deseje mudar a opção sexual, mesmo sendo de vontade do paciente.

Hoje tramita na câmara em Brasília e na mídia a grande questão do projeto de lei PLC 122/2006, onde trata destas questões, mais de forma contrária a opinião da maioria, querendo beneficiar uma minoria. Mas esta não é a questão desta resposta.

Ao meu ver e entender, sua amiga se encontra num dilema. Pelo que entendi, ela tinha uma família aparentemente normal, mas aos 15 anos os pais se separaram devido a sua mãe ter uma relação com uma pessoa do mesmo sexo. Isso foi aceito pela filha, que posteriormente, após crescer e com isso a maturidade e entendimento das coisas, ela não aceita a opção sexual da mãe, e ambas estão sempre em conflito. Este conflito gera nela então perguntas listadas por você que responderei na seqüência:

1º Porque isso ocorreu comigo?

Reposta: Em sua grande maioria, de certa forma após a separação dos pais, os filhos se sentem responsáveis pelo ocorrido, ou ainda, alguém com um azar enorme, por ter em sua vida, a separação de pessoas que elas amam. Porém, em primeiro lugar ela não pode se auto-acusar pela separação dos pais. Ou ainda, se sentir como um monstro pela opção sexual que a mãe têm. Ela é apenas uma vítima de uma situação cotidiana entre milhares que acontecem no Brasil e no mundo.

Logo, o que ela precisa entender e acreditar, é que ela não é uma azarada, até porque ela não tem uma ligação direta com a opção que a mãe dela fez. A questão, é que embora na sociedade se esteja lutando pelos diretos do homossexual, isso ainda gera em uma grande maioria um certo constrangimento, preconceito e repulsa a estas pessoas.

O que estou querendo dizer é que todos inconscientemente têm em si a opinião coletiva de que o correto a se perceber como indivíduo é a opção pelo sexo oposto, e não o contrário. Isso é o natural, um homem desejar uma mulher, e vice-e-versa.

Mas o que também é inaceitável é o sentimento homofóbico de recriminar e agir com ferocidade contra tais pessoas, uma vez que embora elas tenham uma opção contrária à grande maioria, elas não deixaram de ser um indivíduo como todos os outros, que pagam impostos, que trabalham, que tem direitos como qualquer outro ser humano normal.

Não estou querendo dizer que apóio o homossexualismo, até porque sou cristão, e minha Bíblia condena tal prática, e é uma abominação ao Senhor quem assim o faz, porém, tal pessoa não é diferente de qualquer outro pecador na face da terra, o qual Deus aguarda ansioso que ela se volte pra Ele, e que seja posto no caminho certo segundo o Seu bom propósito.

A dificuldade que temos em reconhecer tal prática como pecado, assim como os demais pecados que vemos todos os dias – é que faz com que tenhamos uma atitude anti-social contra estas pessoas. Fazemos acepção de pessoas, recriminamos, os separamos, não os aceitamos como pessoas carentes da graça de Deus como qualquer outra.

É que na verdade, pedra no telhado dos outros é normal. Mas quando elas caem no nosso telhado, parece que o mundo se acabou.

Esta moça não pode se culpar, ou pensar que algo nela mesmo que fez com que ocorresse a separação dos pais, ou uma mudança na opção sexual da mãe.

2º Justo com minha mãe?

Resposta: Sua mãe é também uma vítima de um sistema maligno que opera constantemente sobre os seres humanos. E, também, é vítima de uma crise existencial. Crise de identidade, de filiação, de significado próprio, onde devido alguma coisa que aconteceu na sua infância, determinou sua atitude na maturidade, isso pode ser melhor entendido quando analisa-se o complexo de Édipo de Freud ou o de Electra de Carl Jung .

Ou ainda, já fiquei sabendo de casos em que a mulher não estava se satisfazendo sexualmente com seu parceiro, e encontrou uma amizade feminina, onde conseguiu ser ouvida como queria e compreendida como desejava, levando-a ao ato sexual com esta outra mulher, e após isso, desejou terminar a relação com o marido, por encontrar o verdadeiro prazer com a pessoa do mesmo sexo. Ela disse que a parceira conseguia fazer com que ela se sentisse verdadeiramente mulher, lhe proporcionando um prazer que nunca sentira anteriormente com seu marido. São casos que ocorre constantemente na vida.

Porém não é o natural, nem aquele planejado por Deus.

O que esta moça tem que ter em mente, é que, embora seja difícil aceitar tal opção, sua mãe não deixou de ser “a sua mãe”. Embora ela possa não concordar com a opção sexual da mãe, ela tem que continuar a respeitar sua mãe como “mãe”.

E isso exige-se maturidade. Dificilmente encontra-se pessoa com tal maturidade, porque tal situação é abominável aos olhos da maioria. Mas só quando experimenta-se na vida algo semelhante é que compreende-se como lidar com questões desse tipo.

Por se tratar de pessoas não cristãs, a princípio tem que se ter esta consciência: Embora a mãe tenha optado por uma outra pessoa do mesmo sexo, ela não deixou de ser a mãe, e merece e deve-se ser tratada como tal. Aquela questão de quem quer respeito se dá o respeito, não se aplica aqui. São questões muito mais profundas e sérias.

Indique para sua amiga onde ela possa encontrar um lugar para ter um apoio – uma igreja. Porém, com pessoas bem informadas, que possam ajuda-la, e não destruir-lhe a esperança. Nem todas as “igrejas” estão preparadas para lhe dar com tais circunstâncias.

Indico um site, onde ela pode encontrar vários textos sobre o mesmo tema:

http://www.caiofabio.com.br/

É só ela fazer uma busca no site sobre homossexualismo. Assim ela compreenderá qual o drama que a mãe está vivendo.

E mais, ela tem uma vida pela frente, é nova, e deve pensar em um futuro de alegria. Que esta experiência com a mãe possa lhe ensinar uma grande lição, e mostrar que nem sempre, ou quase nunca temos o poder de influenciar a vida do próximo, se isso não for feito com amor e carinho. E este próximo, se abrir para a experiência do verdadeiro amor que se encontra somente em Deus.

Na maioria das vezes, um homossexual está na busca pela figura paterna ou materna que não lhe foi agradável em sua infância. E reproduz esta busca na maturidade, onde procura satisfazer a insegurança que tem em si próprio nas pessoas que representam justamente aquelas na qual elas próprias se sentem vulneráveis.

Nunca devemos expressar um sentimento homofóbico contra tais pessoas. São indivíduos que precisam ser amados de verdade, e precisam se encontrar com o verdadeiro amor. Só encontrarão significado pra vida, quando experimentarem o amor que satisfaça não o desejo carnal por um orgasmo momentâneo, porém, uma satisfação que te leva ao êxtase gerada pelo inundar do amor e da graça de Deus na alma, o centro do ser, nas vísceras da existencialidade, na sua interioridade mais profunda e que não pode ser satisfeito por nenhum outro, nem por sexo algum no mundo, se não for satisfeito em Deus, na experiência pelo Espírito em nós, por meio de Cristo nosso Senhor!

Espero que possa ter ajudado de alguma forma, e que se ela puder me escrever para explicar melhor o drama vivido particularmente por ela, seria bom!

Abraços!

Na graça Dele, no qual encontramos a verdadeira satisfação e realização da vida!

Juliano Marcel e Cláudia
26/08/08
Bragança Paulista-SP
juliano.marcel@ymail.com
claudialustosa@ymail.com
http://www.julianomarcel.blogspot.com/


http://www.bloggracaevida.blogspot.com/



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