segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Qual tem sido o seu caminho na estrada da vida?

É notável como nos acostumamos com os chavões falados dentro das “igrejas”, ou ainda no nosso dia-a-dia. Ouvi muitas vezes pessoas e pastores dizendo que a vida é uma estrada, e antes de dizerem esta frase normalmente eles fazem um suspense, e quando pensamos que virá uma novidade surpreendente, eles soltam essa.

Se atentarmos para a significação desta frase veremos que a obviedade e superficialidade é tremenda, uma vez que quando proferimos esta frase, mas não discernimos o conteúdo e todas as implicações, torna-se apenas uma frase sem sentido real pra nós.


A vida é muito mais que uma estrada. Uma estrada é fixa e física, é visível, seu destino é conhecido, tem um fim, porém a vida é muito mais subjetiva do que a objetividade da estrada.


Podemos no entanto dizer que embora a estrada – como vida – esteja disponível a todos, nem todos caminham o mesmo caminho na estrada. Isso porque cada um caminha o seu caminho diferentemente, embora estejam numa mesma estrada.


O que difere nesta estrada, é como caminhamos o nosso caminho, ou como fazemos o nosso caminho nesta estrada.



Em toda estrada pode haver um caminho, mas no caminho não encontra-se estrada.



Para nós o caminho que devemos caminhar é Jesus. Ele, respondendo a pergunta de Tomé, disse que Ele é o caminho. Logo, nossa vida deve ser palmilhada nEle – no Caminho.



No entanto, apesar de muitas vezes confessarmos Jesus como nosso Senhor, e nos dizermos cristãos, nem sempre estamos andando neste Caminho, e sim, estamos trilhando caminhos que aparentam serem de felicidade, mas o fim é caminho de morte.



Embora a estrada esteja disponível a todos, e todos temos em comum a mesma estrada – a vida – caminhamos caminhos diferente a partir daquilo que representa nossa certeza de fé. E quando digo certeza de fé, é muito mais profundo do que a superficialidade de um freqüentar alguma sinagoga, ou algum templo cristão, ou ir à missa, ou apenas por repetitividade religiosa dizer que se tem fé em Deus, sem discernir as implicações dessa confiança em fé.



Porque embora todos tenham as mesmas oportunidades na vida – de amar, de ser generoso, de exercer misericórdia – escolhemos caminhos diferentes para nós mesmos, daí, chamarmos a existência resultados que são conseqüências da forma com a qual estamos caminhando nosso caminho na estrada da vida.



Para que você possa entender o que estou querendo dizer, Lucas registra uma história contada por Jesus quando interrogado por um fariseu sobre o que fazer para herdar a vida eterna, e logo em seguida ele também pergunta sobre quem é o seu próximo.



Esta história nos fala de uma mesma estrada fixa e física – o caminho de Jerusalém a Jericó –, fala também de cinco indivíduos que viveram cinco caminhos distintos nesta mesma estrada.



O primeiro, um homem judeu que estava indo de Jerusalém para Jericó, anda na estrada vivendo um caminho de trabalho, de integridade, de labuta, do esforço para levar o sustento para sua família, mas, no meio da estrada, seu caminho é interrompido, ele é saqueado, espancado, roubado, é deixado semi-morto, à mercê de sua própria sorte. Seu caminho de trabalho e integridade é interrompido por um outro nesta estrada.



O segundo anda na estrada, traçando para si um caminho de apropriação indevida, do roubo, da esperteza, da violência, do maltratar o próximo, do aproveitamento, do deixar o próximo caído, do ferir, do machucar, enfim, um caminho de morte, é o ladrão.



O terceiro, um sacerdote, passa por esta mesma estrada – a estrada não mudou é a mesma – vê o primeiro caído e Jesus diz que este passa ao largo, longe, distante daquele que caiu, e traça um caminho de indiferença, do descaso, da não-preocupação com o estado daquele que caiu. O sacerdote, um líder religioso, como todos que querem apenas serem admirados por sua posição, não tem tempo a perder com aquele que caiu, que está ferido. Eles não podem abrir um exceção em sua agenda para socorrer um semelhante, eles priorizam o ritual programado com antecedência em suas agendas, em suas vidas não há espaço para exercer misericórdia. Julgam talvez que este caído não andou com a devida prudência, pensam que ele fez por merecer ser assaltado por falta de cuidado, sendo assim, é melhor sair pela tangente, é melhor passar ao longe, é melhor passar ao largo daquele que está caído, e se dirigir para o templo, para poder cumprir com suas obrigações sacerdotais que lhe estão impostas somente no exercício do quadrante do templo. Ele não faz nada, e não se compadece daquele que está à beira do caminho, na mesma estrada que ele está passando. Este é o religioso – o sacerdote. A mesma estrada, porém, um terceiro caminho diferente, caminho de indiferença e do descaso.



O quarto indivíduo passa por esta mesma estrada, e se depara com o homem ainda caído. Este indivíduo era discípulo do sacerdote, ele era um levita, e como um bom discípulo, faz o seu caminho semelhante ao do sacerdote, trilha um caminho de descaso, de indiferença, de impermeabilização dos sentidos de forma que se torna impermeável à dor do próximo, insensível e pedrado em seu sentir. A mesma estrada, porém, um caminho diferente.



O quinto indivíduo é a antítese da personalidade boa para o judeu. Jesus vem, e descreve um indivíduo tido para os judeus como herege, um maldito, sem importância, e dá a este indivíduo o papel de herói. Ele pega o anti-herói na visão judaica, e põe como o herói de sua história. É um samaritano, alguém que não é respeitado pelos judeus, que demonstra fazer o melhor caminho nesta mesma estrada. Este indivíduo, diferentemente de todos os outros, mesmo estando na mesma estrada, mesmo tendo a oportunidade de trilhar um caminho semelhante aos outros, ele escolhe trilhar um caminho diferente. Jesus diz que o samaritano, passa, olha, se compadece, se abaixa, cura as feridas, derrama óleo, limpa, socorre, trata, oferece o assento em sua cavalgadura, o deita em uma cama na estalagem, trata do homem, passa a noite cuidando-lhe das feridas, de manhã ao sair diz ao estalageiro que cuide do homem, e paga a conta, e se ele gastar algo a mais quando ele voltar, paga o restante, e traça um caminho de amor, misericórdia, compaixão e cuidado na estrada.



Uma mesma estrada, cinco indivíduos, cinco caminhos diferentes.



O que nos mostra, é que embora todos estejamos numa mesma estrada, podemos trilhar caminhos diferentes, a partir daquilo que discernirmos como verdade eterna em nós. Quando o que define o seu caminho é o amor de Deus, todo o seu caminho na vida será caminho de resposta a este amor.



Vejo muitas pessoas trilhando caminhos diferentes em suas vidas. Caminhos de amargura, de lágrimas, de tristezas, de opressões, de descontentamento, de descaso, de indiferença, de desapropriação, de apropriação indevida, enfim, caminhos que poderiam ser de vida, mas conduzem à morte. Morte espiritual, morte emocional, morte relacional...; vejo muitos cristãos traçando para si mesmos caminhos que trazem um peso enorme na alma. Caminho da culpa, da auto-acusação, da imperdoalidade para com o próximo, ou para consigo mesmo.



São caminhos que embora sejam pessoas que professem uma cristandade, ou uma religiosidade, caminhos que conduzem à infelicidade.



Mas em Jesus, o caminho é de vida, é de verdade!



Se você diz que está em Jesus, mas seu caminho não tem sido de paz, de certeza, nem de vida, você está em outro caminho, mas não está no caminho que é Jesus.



Como saber se estou no caminho certo? Você pode perguntar.



É fácil! Olhe para Jesus! Como ele andou, como caminhou, como tratou as pessoas, de quem ele se compadeceu, como ele tratou quem o traiu, como agiu com aqueles que as pessoas diziam serem indignas de companhia, porém Jesus ofereceu sua companhia para estes. Como Ele era, como reagia, como falava, como tratava. Ele é o referencial, Ele é o Caminho!



Fora dEle, há muitos caminhos, porém, são caminhos que conduzem à morte!



Se você pensar, dentro destes cinco indivíduos, se você não for o Samaritano, ao menos, que seja o que caiu, mas nunca trilhe o caminho dos outros três. Se não dá para ser o samaritano, que ao menos te seja muito melhor ser o que caiu, que apesar das indiferenças daqueles que poderiam oferecer-lhe alento, encontrou um bom samaritano que se compadeceu dele.



Qual o seu caminho?



Pense nisso!



Na graça Dele que é o único caminho em qual vivo em amor e compaixão, cuidando do coração, e oferecendo o meu cuidado aos outros por já ter caído no percurso da estrada da vida!



Juliano Marcel
11/09/08
Bragança Paulista – SP
juliano.marcel@ymail.com
www.julianomarcel.blogspot.com



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E os do Caminho...

... têm que ser apenas gente andante, seguindo a Jesus com outros, cada um com seu nível de compreensão e percepção, porém todos desejosos de aprenderem a Cristo, conforme Jesus no ensinou ser o caminho de gente que busca se tornar semelhante a Ele.

Este é o convite aos do Caminho: tornarem-se semelhantes a Jesus no curso da jornada da fé; dia a dia sendo transformados de glória em glória; até que se vá chegando à estatura do Novo Homem, o qual se renova segundo Deus mediante a pratica do amor e da verdade.

Assim que é! Vem & vê!

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